O Guarani anunciou no início da tarde desta segunda-feira (8) que vai pedir a anulação da partida diante do Vila Nova, que terminou empatada por 2 a 2, na noite do último domingo (7), no estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA), em Goiânia, pela 34ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Desde o início da partida, o VAR não funcionou, a arbitragem validou gol polêmico do time da casa e anulou gol legal do Bugre, o que gerou indignação da torcida e da diretoria do time campineiro.

“Ontem no jogo Guarani e Vila Nova aconteceram dois erros graves que prejudicaram muito a nossa equipe. Antes do início da partida, dois minutos antes do início, a arbitragem chamou os dois capitães, os dois treinadores, informou que o VAR estava com problema, mas que eles eestavam tentando solucionar. Os dois erros prejudicaram muito a equipe do Guarani que sairia do campo com os três pontos e com a vitória garantida. É inaceitável uma arbitragem comprometer o trabalho de uma equipe que se planejou durante o ano, que veio preparada para essa competição com o objetivo único do acesso e numa reta final de campeonato, deixar pontos para trás em razão de erros cometidos pelo árbitro e pela assistente”, protestou Ricardo Moisés, presidente do Conselho de Administração do Guarani.
“O Guarani não medirá esforços para a anulação desse jogo, já estamos entrando com as medidas cabíveis junto ao STJD, comunicamos também CBF e FPF. Um trabalho como o que o Guarani vem fazendo, em uma reta final de competição, não pode ser prejudicado dessa forma. Infelizmente dois erros cometidos nesse jogo acabam manchando uma competição tão bonita como o Campeonato Brasileiro da Série B. Não iremos nos calar, iremos buscar nossos direitos, e o Guarani não pode ser prejudicado por falhas individuais. Na verdade, uma sequência de falhas, o VAR que não funcionou e duas decisões equivocadas dentro do campo”, completou o mandatário alviverde.
O primeiro lance que o Guarani reclama ocorreu aos 2 minutos do segundo tempo, quando o atacante Clayton, do Vila Nova, em posição duvidosa, rolou a bola para Alesson marcar o segundo gol do time da casa. O segundo lance aconteceu aos 39 minutos do segundo tempo, quando a partida estava empatada em 2 a 2, e Lucão do Break completou cruzamento na área, balançando a rede no terceiro gol do Bugre.
A assistente Maíra Mastella Moreira assinalou posição de impedimento, o árbitro Douglas Schwengber da Silva confirmou a marcação, porém o atacante bugrino estava em posição legal. Nenhum dos lances teve revisão da arbitragem de vídeo já que o VAR não estava funcionando.
“O VAR é uma ferramenta utilizada para que haja isonomia na competição. Foi a CBF que autorizou o uso do VAR no segundo turno e infelizmente ontem essa ferramenta importantíssima para isonomia do jogo, para um jogo de qualidade com imparcialidade, infelizmente não funcionou. Vamos, sim, defender nossa camisa, temos que ser respeitado como instituição, somos um time campeão brasileiro e não aceitaremos erros como esse em um momento decisivo da campanha do Guarani Futebol Clube. Era isso que eu gostaria de me pronunciar a todos. Então acreditem, sim, o Guarani irá protestar de forma incisiva com relação a esses erros”, finalizou Ricardo Moisés.
Michel Alves
Logo após o encerramento da partida diante do Vila Nova, ainda no gramado do estádio Onésio Brasileiro Alvarenga (OBA), Michel Alves, superintendente de futebol do Guarani, também se mostrou indignado com as marcações da arbitragem. O dirigente afirmou que a assistente Maíra Mastella Moreira havia “pedido desculpas” e “assumido que seria punida” por conta do erro no gol de Lucão do Break.
“A gente vem para um jogo, em um nível desse, brigando pelo acesso, o VAR não funciona, nós temos um gol impedido do Vila Nova e nós temos um gol legítimo nosso invalidado. A bandeira, despreparada, pede desculpas, assume que vai ser punida. Quem paga esse prejuízo do Guarani em um jogo de acesso? Quem vai assumir um prejuízo desse? “, questionou o dirigente em entrevista ao canal SporTV.
“O Guarani veio aqui com um trabalho de um ano todo que pode ser jogado fora por uma incompetência dessa. Eles não sabem o que fazer. Ela (bandeira) estava lá praticamente chorando, nervosa, pedindo desculpas, que vai ser punida, mas o maior punido é o Guarani. Quem vai se responsabilizar por esse prejuízo?”, completou Michel Alves.
Ele ainda afirmou que a arbitragem está “engessada” por conta do uso do VAR, o que dificultaria a marcação de lances de impedimento sem o auxílio da tecnologia. O dirigente ressaltou que o Guarani saiu “lesado” de Goiânia e que o erro “poderá jogar fora o trabalho de toda uma temporada”.

“A gente faz um trabalho, se dedica, luta, os jogadores se entregam para a gente chegar aqui e não funcionar o VAR. Simplesmente não dão uma justificativa, o jogo segue, a arbitragem está engessada com o VAR e eles não conseguem assumir nem um lance. Eles não têm capacidade de ter um poder de decisão, a bandeira nervosa, chorando. Quem assume esse prejuízo? O Guarani vai assumir esse prejuízo?”, pontuou Michel.
“A gente sai lesado daqui, com uma arbitragem incompetente, uma bandeira despreparada, joga um trabalho de um ano todo fora, um gol impedido, um gol legítimo do Guarani invalidado. O nosso atacante sai de trás e faz o gol. E agora como a gente fica? A gente volta, vida que segue e vamos embora? Não pode falar nada, tu não pode conversar com o árbitro. Quem tinha que estar aqui, nesse lugar agora, era a arbitragem. Eles que tinham que estar falando, ela que está nervosa, chorando, pedindo desculpas, dizendo que vai ser punida, ela tinha que estar falando aqui”, finalizou.
Sétimo colocado na tabela de classificação da Série B do Campeonato Brasileiro com 53 pontos, o Guarani está dois pontos atrás do Goiás, primeira equipe dentro do G4. De olho em uma vaga na Série A, o Bugre volta a campo na próxima quarta-feira (10), quando enfrenta o já rebaixado Brasil de Pelotas, às 19h, no estádio Bento Freitas, no Rio Grande do Sul.