Era noite de sexta-feira quando a torcida bugrina soltou o grito de “é campeão”. Em um dia considerado atípico para uma decisão, o Guarani entrou em campo diante de quase 12.500 torcedores no Brinco de Ouro e realizou uma partida que ficou marcada na história do clube. O empate por 1 a 1 com o Anapolina foi suficiente para o time levantar a Taça de Prata, eternizada na estrela estampada em cima do escudo, ao lado da dourada, alusiva a 1978. Nesta quarta-feira (27) aquela celebração completa 43 anos.
A competição correspondia à Série B do Campeonato Brasileiro atual e, considerando-se o time bugrino daquele 27 de março, não seria exagero pensar que aquele Guarani tinha tudo para fazer bonito numa Série A.
Aliás, no ano seguinte, praticamente com a mesma base, ficou em terceiro lugar no Brasileirão, perdendo a semifinal para o Flamengo, de Zico. Nomes como Jorge Mendonça, Lúcio, Capitão e Miranda compunham os 11 comandados pelo saudoso Zé Duarte. Careca também fazia parte da equipe, mas não jogou a partida decisiva.
Em campo, o atacante Marcelo Vita abriu o placar para o Guarani aos 27 minutos. Osmário empatou no apagar das luzes, aos 45 da etapa final. Foi uma partida tranquila para o Bugre, que no primeiro duelo, em Anápolis, havia vencido por 4 a 2.
A conquista da Taça de Prata simbolizou uma época marcante na história do Guarani. Naquele mesmo ano de 1981, Jorge Mendonça alcançou o recorde de 38 gols no Campeonato Paulista e se tornou o maior artilheiro em uma edição da competição depois de Pelé.

No campeonato, o futebol de Campinas mostrava a sua força. No dia 5 de agosto, o Guarani decidiu com a Ponte Preta, no Moisés Lucarelli, o título do primeiro turno. O vencedor estaria classificado para a final do Estadual. Em uma partida equilibrada e memorável, os donos da casa ganharam por 3 a 2. O título paulista, no entanto, ficou com o São Paulo, que superou a Ponte na decisão.
DECISÃO DA TAÇA DE PRATA
GUARANI 1 X 1 ANAPOLINA
Guarani
Birigüi, Miranda, Jayme, Edson e Almeida; Edmar, Jorge Mendonça e Ângelo; Lúcio, Marcelo (Frank) e Capitão (Paulo César). Técnico: José Duarte.
Anapolina
Nilson, Assis (Wilson Santos), Sidnei, Ribas e Nílton; Paulo Sérgio, Mário e Nei; Jorge Cruz, Osmário e Esquerdinha (Rodrigues). Técnico: Március Fleury.
Local: Brinco de Ouro
Data: 27/03/1981 (sexta-feira)
Gols: Marcelo Vita aos 27 do primeiro tempo. Osmário aos 45 do segundo tempo.
Público: 12.452 pagantes.
Juiz: Manoel Serapião Filho (BA).