Em tarde recheada de emoção e sofrimento, a Ponte Preta lutou desde o primeiro minuto, empatou por 0 a 0 durante os 90 minutos e venceu o Novorizontino por 3 a 2, na disputa de pênaltis, para conquistar o título do Campeonato Paulista da Série A2.
Após a partida, o técnico Hélio dos Anjos concedeu entrevista coletiva e valorizou a importância da dedicação do elenco na conquista do Estadual. O treinador relembrou o início da temporada, o trabalho diário de todos os jogadores e pontuou que o objetivo da Macaca, desde o começo da competição, foi ficar com a taça.
“O sentimento é o melhor possível e o merecimento também foi muito grande. Eu acho que desde o primeiro jogo, com a influência da torcida nos acompanhando lá no Velo Clube, nós encarnamos o espírito da competição. Nós tínhamos a A2 para disputar e não abrimos mão de disputar da forma que gosto de disputar campeonato regional. Eu valorizo campeonato regional durante toda a minha carreira, hoje foi o meu 14º título de campeonato regional e eu coloquei na minha cabeça que faríamos o melhor possível”, destacou.
“Tudo começou no primeiro dia de treinamento, com trabalhos super intensivos lá em Itu. Até comentei com os jogadores que nós criamos um espírito muito forte e participativo lá, teve a colaboração dos jogadores, do clube que pagou um valor alto para treinarmos lá na época. A Ponte Preta merece esse título. Eu acho que a FPF vai demorar para ter uma final de campeonato com envolvimento emocional e da torcida tão grande. Nós respeitamos todas as equipes que disputam a A2, mas a Ponte Preta não poderia entrar e não conquistar essa competição. Esse discurso nunca falei externamente, mas internamente falei uma frase que eles entendem muito bem. Ponte Preta na A2 é para ganhar, não para participar. Ponte Preta na A2 é para ser campeã”, enfatizou.

Hélio dos Anjos também comentou sobre o estilo de jogo da equipe desde o início da Série A2. O treinador deixou claro que o objetivo sempre foi levar a campo uma equipe ofensiva, atacando com a posse de bola e pressionando o adversário quando estava sem a bola. Após a comemoração em campo, o comandante pontepretano também levou um banho de água e gelo dos jogadores enquanto concedia entrevista coletiva.
“A Ponte Preta tem um problema. Na história, o clube pensa muito no perder e eu sempre bati muito de frente com isso. Sou questionado dentro do clube, pessoas falam que o time jogava fechado no seu melhor momento da história, mas quem decide sou eu. Eu decidi um time com modelo de jogo ofensivo, sendo agressivo na marcação. Ponte Preta é o que nós vimos, 18 mil pessoas no estádio, apoio total da torcida. Essa grandeza ela parte do princípio de quem comanda e enquanto eu estiver aqui, vou pensar na Ponte Preta da forma que ela merece, sempre como time grande”, valorizou.

Série B
Campeã da Série A2, a Ponte Preta tem como próximo objetivo o Campeonato Brasileiro da Série B. Hélio dos Anjos ressaltou que é importante esquecer a conquista do Estadual já nesta semana e focar na disputa do torneio nacional. O treinador cobrou a diretoria da Macaca e deixou claro a necessidade de reforçar a equipe o mais rápido possível.
“Estamos felizes, mas acho que a Ponte Preta tem que esquecer o título da A2. Acabou. Vamos comemorar até domingo, vamos comemorar segunda-feira também, combinamos de fazer uma festa nossa, mas a partir de terça-feira esse título tem que ser esquecido. A Série B passa a ser, em relação a montagem de elenco, uma responsabilidade muito grande da diretoria e eu já avisei isso. Eu não contrato, eu não sei quais são os valores e não estou tão satisfeito com o que tem acontecido em relação a sequência do ano. Na final, por exemplo, tive que fazer uma substituição em função do Pablo Dyego e só tinha de jogador de beirada o Dudu. O Dudu tem uma característica de jogo que preciso estar na frente no placar. Ele é um menino, está passando por um processo diferente na sua carreira, e não tivemos os beiradas. Para a Série B, quero jogadores de beirada de campo. O problema é que jogadores de beiradas não custam R$ 20 mil. Atletas com essa característica são os mais valorizados hoje no futebol brasileiro. O que eu apresentei para a diretoria, pediu R$ 75 mil de salário e o clube nem conversou”, explicou.
“Aqui agora vamos dividir as responsabilidades. Responsabilidade do treinador é fazer o time jogar e resolver problema. Eu acho que sempre nós estamos ganhando jogadores. Hoje, por exemplo, o Fábio Sanches sentiu com cinco minutos de jogo, ele foi um guerreiro, disse que iria jogar até estourar e nós estamos ganhando o Edson. Fazendo as contas, se contratarmos um jogador do nível do Fábio Sanches, não vamos gastar menos de R$ 80 mil. E o Fábio está fora do primeiro jogo da Série B. O Edson está aí, é um garoto, um dia vai ganhar isso e eu acredito que vai ganhar até mais na carreira. O clube precisa estar atento, estou muito feliz, muito envolvido, nós ganhamos, mas eu preciso ser frio. O clube agora tem que assumir uma posição de resolver problemas. Nós temos Pablo Dyego e Gui Pira de beirada, mais ninguém. Um dos primeiros jogadores que coloquei para contratar foi um beirada, simplesmente até agora não contrataram. É muito bonita a festa, mas a partir do próximo jogo a cobrança volta muito forte no Hélio dos Anjos e precisamos dividir essa responsabilidade”, completou.
De olho no início do Campeonato Brasileiro da Série B, a Ponte Preta volta a campo no próximo domingo (16), quando enfrenta o Vitória, às 18h, no estádio Barradão, em Salvador, pela 1ª rodada do torneio nacional.