O sociólogo Gustavo Gumiero tem uma longa trajetória de aprendizados e experiências sobre a sociedade. Seus livros e artigos abordam questões complexas e contemporâneas. A essência de sua obra, porém, está fundamentada na análise de fatos que conspiraram contra a humanidade e a dignidade. Por isso, racismo, feminicídio, ditaduras e abismo social fazem parte de suas inspirações.
Foi exatamente um destes temas que o escritor, que também é colunista do Hora Campinas, levou para ser o eixo de três palestras no Instituto Anelo, em Campinas.
O Instituto Anelo é um dos espaços mais democráticos e versáteis da cidade. Funciona desde 1996, no bairro Jardim Florence I. Seu fundador, Luccas Soares, à época, um adolescente morador de uma das vielas daquela comunidade, decidiu fazer cidadania por meio da música e da cultura.
É neste contexto de defesa da diversidade e de uma educação antirracista que o colunista foi convidado para palestrar, em três eventos distintos, no Instituto Anelo.
O conteúdo abordado por Gumiero enfatizou a histórica desigualdade social no País e fez uma viagem entre as próprias bases da escravidão e o racismo estrutural que segue sedimentado no Brasil.
“A obra da libertação dos escravos é inacabada. O racismo é filho da escravidão. É preciso lutar contra esse preconceito”, afirmou o escritor.
No ciclo de palestras e debates, Gumiero e os integrantes do Instituto Anelo utilizaram como fontes do diálogo obras que destacam personalidades negras e seus papéis de resistência e heroísmo.
Para isso, contaram com o acervo diferenciado dos livros da Coleção Black Power, sucesso de crítica da Editora Mostarda, cuja sede fica na região de Campinas. Luccas Soares agradeceu a Gumiero pelo tempo e conhecimentos trazidos ao instituto e também à Editora Mostarda por viabilizar os livros com os personagens pretos e pretas.
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