Os tripulantes da Global Sumud Flotilla, capturados por Israel em águas internacionais, foram transferidos para a prisão de Ktzi’ot, no deserto do Negev. Entre os 461 participantes da missão, de mais de 40 nacionalidades, está a vereadora de Campinas Mariana Conti, que está licenciada do cargo. O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, gravou um vídeo de dentro da prisão de Ktzi’ot, centro de detenção conhecido internacionalmente por denúncias de tortura. Ele disse que todos estão sendo tratados como terroristas.
Advogados que acompanham o caso denunciaram que os ativistas ficaram mais de 24 horas sem água e comida após a captura. As audiências tiveram início quinta-feira (2), às 14h, e se prolongaram por 15 horas ininterruptas.
O Movimento Global à Gaza informou que todas as embarcações que faziam parte da Flotilha Global Sumud foram interceptadas e os 461 integrantes foram capturados. A última abordagem ocorreu às 4h29 (horário de Brasília), quando os tripulantes do barco Marinette foram levados pelas forças navais israelenses.
Imagens divulgadas nas redes sociais do movimento mostram um dos integrantes do grupo comunicando que o navio militar havia sido avistado a cinco minutos de distância. Outra publicação mostra as imagens do momento da abordagem.
O total de brasileiros sob o poder das forças israelenses é de 15 pessoas. Além dos onze que já haviam sido capturados, mais quatro foram levados pelos militares conforme as embarcações foram sendo interceptadas.
Os últimos brasileiros a serem capturados foram Nicolas Calabrese, Hassan Massoud, João Aguiar e Miguel de Castro. Integram também a missão humanitária Thiago de Ávila e Silva Oliveira, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e a vereadora de Campinas, Mariana Conti (PSOL-SP), Bruno Gilga, Lisiane Proença Severo, Magno de Carvalho Costa, Ariadne Catarina Cardoso Teles, Mansur Peixoto, Gabrielle Da Silva Tolotti, Mohamad Sami El Kadri, Lucas Farias Gusmão.
Itamaraty
O Ministério das Relações Exteriores voltou a publicar nota após a captura de todos os brasileiros condenando, nos mais fortes termos, a “interceptação ilegal e a detenção arbitrária, por Israel, na última madrugada, em águas internacionais, das embarcações que integram a Flotilha Global Sumud, assim como a detenção ilegal de ativistas pacíficos, dentre os quais quinze nacionais brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins.”
Na nota oficial, o governo brasileiro informa ainda que notificou formalmente o governo de Israel por meio da Embaixada do Brasil em Tel Aviv e da Embaixada de Israel em Brasília.
Deportações
O Ministério das Relações Internacionais de Israel publicou fotos de alguns integrantes da Flotilha Global Sumud com a afirmação de que “estão em andamento procedimentos para encerrar a provocação do Hamas-Sumud e finalizar a deportação dos participantes dessa farsa”, destaca o órgão.
De acordo com a publicação, quatro cidadãos italianos já foram deportados e os demais estão em processo de deportação. O texto nega o cerco à Faixa de Gaza e afirma que as ajudas humanitárias poderiam ter sido “transferidas pacificamente”.
Nova onda
Uma nova onda de nove embarcações denominada Freedom Flotilha Coalition deixou a Europa em direção Faixa de Gaza. Até o momento, o grupo não informou se há brasileiros nas embarcações.