Nicolas Calabrese é o primeiro integrante da delegação do Brasil na Flotilha Global Sumud – de ajuda humanitária à Faixa de Gaza – a ser deportado por Israel, nesta segunda-feira (6). Não há informações detalhadas sobre os outros 13 brasileiros que permanecem no sistema prisional israelense, entre eles a vereadora campineira Mariana Conti. No final de semana, a mãe da parlamentar, Mara Conti, fez um apelo ao presidente Lula, pelas redes sociais, para que interceda na libertação dos brasileiros.
“Peço ao presidente Lula que se pronuncie oficialmente para termos as perspectivas de que os processos de deportação sejam agilizados e que todos os brasileiros possam voltar ao Brasil o mais breve possível, sãos e salvos”, disse Mara Conti.
Os brasileiros que continuam detidos em Israel são, além de Mariana Conti, Thiago Ávila, Bruno Gilga, Lisiane Proença, Magno Costa, Ariadne Telles, Mansur Peixoto, Gabriele Tolotti, Mohamad El Kadri, Lucas Gusmão, a deputada federal Luizianne Lins, João Aguiar e Miguel Castro.
De acordo com a Agência Brasil, Nicolas Calabrese relatou violência durante a captura por militares israelenses há cinco dias. De cidadania dupla – argentina e italiana -, Nicolas vive no Brasil há mais de dez anos, mora no Rio de Janeiro onde trabalha como professor de Educação Física, educador popular e coordenador da Rede Emancipa de cursos populares.
Ele foi deportado junto com outros ativistas italianos para a Turquia no dia 4 de outubro e, depois, se deslocou da Turquia para a Itália, de onde partiu para Portugal. A previsão é que retorne ao Brasil ainda nesta segunda-feira (6), com chegada ao Aeroporto Galeão, prevista para 19h.
“Os organizadores da Global Sumud Flotilla estão tentando reunir informações para averiguar quem são os participantes deportados e as datas de seus voos, mas, até o momento, não se obteve nenhuma informação de brasileiros deportados pela Embaixada do Brasil em Israel”, informa o Movimento Global à Gaza.
O movimento acrescenta que Thiago Ávila, João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles permanecem em greve de fome em protesto pela fome imposta aos cidadãos da Faixa de Gaza.
Deportações
Uma nota publicada pelo Ministério das Relações Internacionais de Israel informa que outros 171 integrantes do que chama de frota Hamas-Sumud, inclusive Greta Thunberg, foram deportados nesta segunda-feira (6) de Israel para a Grécia e a Eslováquia.
De acordo com o informativo – que inclui fotos dos ativistas vestidos com roupas brancas e agasalhos cinza – não há cidadãos brasileiros no grupo.
“Os deportados são cidadãos da Grécia, Itália, França, Irlanda, Suécia, Polônia, Alemanha, Bulgária, Lituânia, Áustria, Luxemburgo, Finlândia, Dinamarca, Eslováquia, Suíça, Noruega, Reino Unido, Sérvia e Estados Unidos”, assegura o comunicado.
A seguir, ele nega os atos violentos e reforça que todos os direitos legais dos participantes foram e continuarão a ser plenamente respeitados.
“O único incidente violento foi causado por um provocador do Hamas-Sumud que mordeu uma funcionária médica da prisão de Ketsiyot, [no deserto de Negev, instalação localizada entre Gaza e o Egito]”, comunica informe do movimento.
Quase 70 países, liderados pelo Brasil, entregaram uma carta denúncia contra Israel no Conselho de Direitos Humanos (CDH) da ONU por interceptação da Flotilha que navegava rumo à Faixa de Gaza para levar ajuda humanitária. No documento, o embaixador brasileiro Tovar da Silva Nunes escreveu:
“Lamentamos esta ação militar, que viola direitos fundamentais e coloca em risco a integridade física de ativistas humanitários. Nesse sentido, Israel tem total responsabilidade pela segurança e bem-estar dos detidos. O Brasil exorta o governo israelense a liberar imediatamente os cidadãos brasileiros e demais defensores de direitos humanos detidos”, exige.











