Desde o último sábado, dia 1º de novembro, o Hospital Municipal Walter Ferrari, em Jaguariúna, passou a contar com soro antiescorpiônico dentro de seus protocolos de suporte à saúde pública.
A decisão ocorreu após forte pressão da sociedade e da mídia regional, incluindo o Hora Campinas, após recentes casos envolvendo crianças picadas por escorpiões no município.
O portal regional de notícias, inclusive, cobrou em editorial uma posição da Secretaria Estadual de Saúde sobre o sistema logístico de oferta do soro no estado paulista. O texto observou que o Estado estava se omitindo em situação gravíssima, pois Jaguariúna tem papel importante na saúde regional, atendendo vários municípios vizinhos, além de casos repetidos e infestação de escorpiões em bairros urbanos.
Editorial: Estado é omisso na oferta de soro antiescorpiônico e deixa famílias em desespero
Segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado de São Paulo (Prof. Alexandre Vranjac), Jaguariúna somou 36 casos de picadas de escorpião até agosto deste ano. Entre eles o caso da menina Isabella, que precisou ser transferida em estado grave para o Hospital de Clínicas da Unicamp. Ela ficou três dias internada e se recuperou após efeito positivo do soro.
O risco de morte pela picada do peçonhento é maior em crianças de até 10 anos.
Em 2024, Jaguariúna chegou a quase 50 registros e viu um caso fatal: o do menino Arthur Morais Carvalho Nascimento, também de 3 anos, que não resistiu após ser picado dentro de casa.
Atualmente, existem 228 Pontos Estratégicos de Soro Antiveneno (PESAs) para atendimento aos acidentados por animais peçonhentos em todo o estado de São Paulo. As unidades foram distribuídas, segundo a Pasta da Saúde, “estrategicamente com o objetivo de reduzir o tempo entre a picada e o atendimento/tratamento do acidentado, pensando principalmente no socorro às crianças de até 10 anos.”
A adoção do soro, após capacitação de equipe de suporte no hospital da cidade, atende a pedido direto do prefeito de Jaguariúna, Davi Neto, e da secretária municipal de Saúde, Conceição Camilo.
Com isso, os moradores que sofrerem acidentes com picadas de escorpião não precisarão mais se deslocar para outras cidades para receber o atendimento adequado.
Basta procurar imediatamente o Pronto-Socorro do Hospital de Jaguariúna, onde os médicos avaliarão a necessidade ou não do uso do soro, que será restrito para casos moderados e graves.
O soro antiescorpiônico é utilizado em casos de acidentes considerados graves, especialmente em crianças e idosos, e deve ser administrado o mais rápido possível após a picada. A disponibilidade no Hospital Municipal representa mais segurança e eficiência no atendimento de emergências.
“Trazer o soro antiescorpiônico para o nosso hospital é uma conquista muito importante para Jaguariúna”, afirma o prefeito de Jaguariúna, Davi Neto. Até esta terça-feira (4), não houve necessidade de aplicação do soro em nenhum paciente, desde que o protocolo passou a ser adotado, conforme confirmou o Hora Campinas.











