O mês de junho começa na Região Sudeste do País e em outras áreas do Brasil com um alerta hídrico. O sinal está ligado para a área da Bacia do Paraná, que abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. O documento prevê chuvas abaixo da média entre esse mês e setembro na região. É a primeira vez que o Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) emite um alerta desta natureza. Esse sistema é coordenado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia. O alerta também foi subscrito por todos os órgãos federais ligados à meteorologia, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden). Na semana passada, por conta da baixa dos reservatórios, o governo federal acenou com aumentos na conta de energia, a partir de mudança das bandeiras tarifárias. Segundo o informe do SNM, a escassez de chuva vem sendo verificada desde 2019.
No Sistema Cantareira, que atende a região de Campinas, o status é de atenção. Técnicos sustentam que a crise hídrica vivenciada nos anos de 2014 e 2015 não vai se repetir. Na época, foi necessário inclusive utilizar o volume morto dos reservatórios. A chuva é a principal fonte de água para os sistemas de abastecimento do Cantareira. Alguns deles estão localizados a dezenas ou centenas de quilómetros de São Paulo, e mesmo que chova com bastante intensidade na área do reservatório ou perto da Capital, isso não significa que suas represas estejam a receber mais água.
Nesta terça-feira (1 de junho), o Cantareira operava com 47,6% de sua capacidade, no nível amarelo, bem longe de qualquer risco. As represas que formam o sistema são as seguintes: Jaguari/Jacareí, Cachoeira, Atibainha, Paiva Castro, Águas Claras e Jaguari (Cesp).
Barragem em Pedreira
A construção da Barragem Pedreira, no Rio Jaguari, entre os municípios de Pedreira e Campinas, completou dois anos no último mês de março. O complexo é de responsabilidade do governo paulista. De acordo com o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAAE), autarquia vinculada à Secretaria Estadual de Infraestrutura e Meio Ambiente, a obra tem como objetivo principal garantir a segurança hídrica de mais de 5 milhões de pessoas. O Hora Campinas visitou o canteiro de obras na semana passada e o cenário é de aceleração, com caminhões circulando o tempo todo.



A obra da Barragem Pedreira está na quarta fase, com o desvio do Jaguari já concluído. O empreendimento caminha para a etapa final da escavação da fundação onde será construído o eixo da barragem. Na sequência será realizada a limpeza e tratamento da fundação. Até o momento contabiliza-se 30,59% de construção, após superadas as etapas administrativas como emissão de licenças, projeto e licitação.
Chuvas à míngua
O alerta emitido pelo Sistema Nacional de Meteorologia (SNM) sustenta que as perspectivas climáticas indicam que nos próximos meses haverá o período de menor volume de chuvas na região central do País. “Pouco volume de chuva na maior parte da bacia do Rio Paraná. Essa previsão é consistente com a de outros centros internacionais de previsão climática”, diz a nota.
Em maio, por exemplo, o acumulado parcial de precipitação foi de 27 milímetros para a bacia, abaixo do acumulado climatológico de 98 milímetros para o mesmo período. Conforme destaca o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), as chuvas permanecem abaixo dos valores médios históricos, resultando nos piores montantes verificados para o SIN no período de setembro do ano passado a maio deste em 91 anos de registros. (Com informações da Agência Brasil)