A juíza do trabalho substituta, Erika Ferrari Zanella, do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, homologou na semana passada (18) os cálculos relativos a Ação Civil Pública ingressada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) em favor dos trabalhadores demitidos da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC) e de empresas pertencentes ao grupo. Os valores das dívidas trabalhistas calculadas pelo perito chegam a mais de R$ 22 milhões.
O montante calculado se refere aos salários atrasados e a rescisões trabalhistas de mais de 50 trabalhadores, entre jornalistas e administradores, que foram demitidos em massa pelo grupo em janeiro de 2021.
Com os cálculos concluídos, a ação passa a integrar o processo-piloto, ação que concentra todos os processos contra as empresas, somando-se a mais de 120 credores que ainda não receberam seus valores indenizatórios.
O coordenador do departamento jurídico do SJSP, Raphael Maia, salientou que parte dos bens do Grupo RAC já foi leiloada para a quitação das dívidas trabalhistas, mas que o montante alcançado com as vendas ainda não cobre os valores devidos pelo grupo.
“No processo-piloto está havendo uma tentativa de penhorar bens de sócios do grupo RAC. Agora a gente vai se somar a esse processo e buscar, de todas as formas, localizar bens para que tenhamos mais valores para pagar todos os processos, não só o nosso, mas também os dos demais”, ressaltou.
Entenda o caso
A dívida milionária do jornal Correio Popular para com seus ex-colaboradores é motivo de debate em Campinas. Levantamento realizado em 2022 pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT-15), a pedido do Hora Campinas, aponta que há 321 ações trabalhistas contra o jornal Correio Popular, executadas, em execução ou em trâmite, no estado de São Paulo.
As certidões, obtidas a partir de sete CNPJs diferentes, apontam que os processos envolvem jornalistas e trabalhadores gráficos e administrativos, de veículos do Grupo RAC como Correio Popular, Gazeta de Piracicaba e Gazeta de Ribeirão Preto.
Além dos embargos trabalhistas, o edifício vendido à Prefeitura também é objeto de penhora por parte de credores e de dívidas fiscais.
A soma das ações que compõem o processo-piloto, mais o valor da ação coletiva, totalizam uma dívida trabalhista de R$ 47,7 milhões, em valores atualizados. (Com informações do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo)











