Pela segunda vez consecutiva, o leilão do Centro Esportivo e Recreativo de Campinas “Dr. Horácio Antônio da Costa”, o histórico Cerecamp, também conhecido como Estádio da Mogiana, terminou sem interessados. O processo, considerado deserto, foi realizado on-line e não recebeu nenhum lance.
O leilão ocorreu nesta quinta-feira (13). O valor mínimo estipulado era de R$ 25,7 milhões. O processo já havia sido nulo no ano passado, em outubro, quando também nenhuma empresa ou consórcio apresentou qualquer proposta de compra.
O Cerecamp, como o complexo esportivo passou a ser chamado nos anos 70, depois que o Governo do Estado de São Paulo tomou posse, não recebe uma partida com presença de público nas arquibancadas há quase 15 anos e está completamente inativo, sem a realização de nenhuma atividade esportiva, desde janeiro de 2023.
Diante da incapacidade do poder público em revitalizá-lo e reativá-lo, o governo pretende transferi-lo para as mãos da iniciativa privada. Até agora, por duas vezes, essa ideia não prosperou.
No ano passado, o lance inicial estava fixado em R$ 28,6 milhões para adquirir o espaço. O complexo da Mogiana fica no bairro Jardim Guanabara, em Campinas, com uma área total de 26.517,50 m², sendo 7.429,00 m² de construção.
Atualmente, o estádio está fechado por causa de más condições estruturais e de segurança. O imóvel é tombado pelo patrimônio público e pertence ao governo do Estado de São Paulo.
Quem está cuidando do tema é a Subsecretaria de Patrimônio do Estado. Ainda não se sabe qual será o próximo passo do governo paulista, mas não está descartado um novo leilão. Esse processo on-line está sendo feito por um leiloeiro virtual habiltado, a Sodré Santoro.

Proposta na Câmara
O vereador Gustavo Petta (PCdoB) propôs, na última sessão da Câmara, a criação de um parque na região do estádio do Cerecamp (Mogiana) para a revitalização do equipamento, que é tombado como patrimônio histórico desde 2019. O vereador apresentou a proposta um dia antes de mais um leilão deserto da área que foi proposto pelo governo do estado de São Paulo.
Para Petta, a falta de interessados em comprar o estádio é resultado do tombamento do local e que o poder público municipal e estadual deveriam se unir para a revitalização da área e a criação de um parque.
“Nas grandes cidades do mundo esse movimento já vem sendo feito até com desapropriação, nesse caso não precisaríamos já que o equipamento é público. Em São Paulo tivemos casos assim para a construção do Parque Augusta e Parque Bixiga”.
O projeto contemplaria não só o estádio, mas outras áreas de lazer no entorno.
“A criação desse parque valorizaria a região, além de garantir mais uma área de lazer para a população da cidade, mantendo o estádio do Mogiana como patrimônio”, disse Petta.
O vereador propõe a criação de uma Comissão de Estudos na Câmara para a criação do parque. A Comissão ouviria a Prefeitura, governo estadual, moradores e comerciantes da área, além de entusiastas e apoiadores do estádio como patrimônio de Campinas.











