Primeiro jogador da Ponte Preta a marcar três gols em um Dérbi contra o Guarani, feito alcançado na década de 1950, o lendário ex-atacante Atis Monteiro completou 90 anos de vida nesta quarta-feira (6), em Campinas, cidade onde nasceu, no dia 6 de abril de 1932, e continua vivendo com a família.
O histórico “hat-trick” de Atis Monteiro aconteceu no Dérbi 73, disputado no dia 6 de julho de 1952, quando a Macaca goleou o Bugre por 4 a 0, no Moisés Lucarelli. Aquele foi apenas o sétimo clássico campineiro realizado no estádio pontepretano, inaugurado em 1948, e até hoje representa a maior goleada da Ponte sobre o maior rival diante de sua torcida. O jogo fazia parte de um torneio triangular amistoso que também tinha o Bangu, do Rio de Janeiro.
Na ocasião, aos 21 anos, Atis abriu o placar com apenas 30 segundos de partida, inflamando a torcida pontepretana nas arquibancadas do Majestoso. Ele também marcou aos 45 minutos do primeiro tempo e anotou o terceiro aos nove minutos da etapa final. Sabará fechou a goleada ainda na metade do segundo tempo, aos 23 minutos. A Ponte Preta terminou como campeã do triangular.
O Dérbi 203 entre Guarani e Ponte Preta acontece daqui a exatamente um mês, no dia 6 de maio (sexta-feira), às 21h30, no estádio Brinco de Ouro da Princesa, pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B.
Ao todo, Atis Monteiro disputou 59 partidas e marcou 25 gols com a camisa da Ponte Preta, entre 1950 e 1953, e depois em 1959, em sua segunda passagem pelo clube.
“Atis talvez seja o maior atleta já revelado na centenária história da Ponte Preta. Craque dentro de campo e também nas quadras, ele conseguiu a façanha de ser artilheiro no futebol e também o cestinha do célebre time de basquete pontepretano no final da década de 40 e início dos anos 50”, conta o jornalista e escritor pontepretano Stephan Campineiro, autor dos livros “Ponte Preta – A torcida que tem um time” e “Majestoso 70”.
“Ponta de lança habilidoso e goleador, Atis Monteiro foi o grande destaque do time campeão amador do Estado em 1951, que sob o comando do lendário técnico Nico permaneceu invicto por 45 partidas. Atraía multidões nas preliminares dos jogos do time principal da Ponte Preta”, relata Stephan.
“O sucesso em Campinas o levou à Portuguesa, onde marcou época, e depois ao Fluminense. Prejudicado pelas lesões, voltou ao clube do coração para uma rápida temporada de despedida em 1959”, completa o jornalista apaixonado pela Macaca.
Façanha única por mais de 50 anos
Além de Atis Monteiro, somente outros dois jogadores da Ponte Preta marcaram três gols na mesma partida em um Dérbi contra o Guarani, contando toda a história de 110 anos do clássico campineiro. Após a goleada no clássico de 1952, passaram-se pouco mais de 50 anos até alguém enfim conseguir repetir a façanha de Atis.
No dia 11 de outubro de 2003, o atacante argentino Darío Gigena brilhou e caiu nas graças do torcedor pontepretano, ao marcar três vezes no Dérbi 177, que terminou com vitória por 3 a 1 da Macaca sobre o Bugre, em pleno Brinco de Ouro, pelo Campeonato Brasileiro.
Apenas um ano depois, logo no Dérbi seguinte, o de número 178, em 10 de julho de 2004, foi a vez do atacante Weldon balançar as redes em dose tripla na vitória alvinegra por 3 a 1, também pelo Brasileirão, mas desta vez no Majestoso.
Weldon, que vestiu a camisa da Ponte Preta somente em 2004, mas marcou seu nome na história do clube, visitou o Moisés Lucarelli na última sexta-feira (1º) e depois seguiu para o CT Jardim Eulina, convidado para assistir a um treino da equipe comandado pelo técnico Hélio dos Anjos. A Macaca se prepara a estreia na Série B contra o Grêmio, em duelo que acontece neste próximo sábado (9), às 16h30, no Majestoso
“O Weldon foi nosso atleta quando eu era diretor de futebol e vice-presidente. Ele fez aquela partida memorável em julho de 2004, na qual vencemos por 3 a 1 e quebramos um tabu de 21 anos sem vitória em Dérbis em nosso estádio”, relembra o atual presidente da Ponte Preta, Marco Antônio Eberlin.
Diante de tantas boas memórias em Dérbis, o torcedor pontepretano espera deixar para trás a derrota por 3 a 0 para o Guarani, sofrida em fevereiro deste ano, no Brinco de Ouro, pelo Campeonato Paulista, e sonha em reviver dias de glórias no clássico campineiro. Quem será o próximo jogador da Macaca a entrar no seleto grupo de Atis, Gigena e Weldon?