O técnico Marcelo Fernandes conquistou o segundo título da carreira ao comandar a Ponte Preta na conquista da Série C do Campeonato Brasileiro, após vitória por 2 a 0 no placar agregado sobre o Londrina. Com uma arrancada inesquecível desde que assumiu o time, em agosto, o treinador não apenas garantiu o acesso à Série B, mas também conquistou o primeiro título nacional da história pontepretana.
A conquista vem dez anos após o primeiro troféu do treinador como técnico principal: o Paulistão de 2015, conquistado à frente do Santos. No comando da Macaca, Marcelo somou oito vitórias, dois empates e apenas uma derrota em 11 jogos — um aproveitamento de 78% —, desempenho que levanta a dúvida: ficará para 2026?
Após o jogo, em entrevista coletiva, o técnico evitou falar sobre o futuro e preferiu celebrar o momento.
“O planejamento foi entregue hoje. Chegamos com o intuito de subir a equipe, pegamos um grupo maravilhoso, e eu estava focado nisso aqui. Não pensei absolutamente em nada. Agora vou viajar com a minha família, tirar um tempo pra mim, e tem eleição vindo aí”, declarou.
O contrato de Marcelo com a Ponte Preta se encerra junto com a Série C, e uma possível renovação dependerá do resultado das eleições do clube, marcadas para novembro, que definirão a nova gestão.

O treinador também revelou que recebeu sondagens de outros clubes durante a competição, mas fez questão de permanecer em Campinas pela chance de fazer história. “Recebi sondagens, sim, de algumas equipes da Série B, mas jamais sairia da Ponte neste momento. Não tem dinheiro no mundo que fizesse a gente deixar isso aqui. Agora que cumprimos a missão, é descansar e deixar as coisas acontecerem naturalmente”, afirmou.
Da crise ao título
No comando pontepretano, Marcelo precisou lidar com uma série de desafios: chegou após uma passagem frustrante pelo maior rival, perdeu titulares importantes, enfrentou atrasos salariais, administrou um vestiário sob pressão e ainda encontrou soluções dentro do próprio elenco para manter o time competitivo.

Com a conquista, ele comemorou não apenas o feito inédito da Ponte, mas também o primeiro título fora do Santos, clube em que trabalhou por mais de uma década como auxiliar.
“Sou campeão brasileiro, eu e minha comissão técnica. Foram oito vitórias, dois empates e uma derrota. Isso significa muito pra mim. Sem eles eu não sou ninguém. A Ponte nos abraçou de forma maravilhosa. Esse título é espetacular. É um título brasileiro, sim”, celebrou.
Estratégia no intervalo
No primeiro tempo da decisão, nada parecia ganho para a Ponte Preta. O Londrina criou boas chances de abrir o placar e levava perigo. No intervalo, quando todos esperavam que o elenco da Ponte descesse para o vestiário para realizar os ajustes necessários, uma cena inusitada chamou atenção: jogadores e comissão técnica permaneceram em campo. A atitude, segundo o técnico, foi pensada para fortalecer a atmosfera com a torcida.
“Não foi nada improvisado. Fiz a mesma coisa em 2015, quando fui campeão com o Santos. Essa torcida merecia algo especial. Sabíamos que seria um jogo difícil e queríamos trazer a energia das arquibancadas pro time. Combinamos tudo com o staff pra ficar no campo. E você viu o resultado: a equipe voltou com outra energia”, explicou.
Marcelo encerrou a entrevista com palavras de gratidão à torcida alvinegra. Foram mais de 14 mil torcedores dentro do Majestoso para acompanhar a partida. “Estou muito feliz, mas mais feliz por essa torcida. O que eles fizeram nesse jogo foi uma piada — de tão bonito. Já vinham fazendo desde o quadrangular. Eles merecem comemorar muito, porque esse grande clube merecia um título nacional. E ele veio.”











