O técnico Marcelo Fernandes foi julgado nesta sexta-feira (10) pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e recebeu duas partidas de suspensão, o que deve impedi-lo de comandar a Ponte Preta no Dérbi 212, contra o Guarani, neste sábado (11), no Estádio Moisés Lucarelli. A 3ª Comissão Disciplinar analisou o caso do treinador em razão de infrações aos artigos 258-B e 254-A do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).
O clube pretende recorrer da decisão para garantir a presença de Fernandes na beira do campo durante o confronto.
A denúncia se refere à partida entre Guarani e Anápolis, válida pela 13ª rodada da primeira fase da Série C, quando Fernandes ainda treinava o Guarani. Segundo a súmula, o técnico foi expulso aos 13 minutos do primeiro tempo por xingar o quarto árbitro, Osimar Moreira, após o primeiro gol do Anápolis.
Já expulso, Fernandes teria proferido outro xingamento e empurrado o árbitro ao se dirigir ao vestiário. O delegado da partida precisou acompanhar o treinador até o vestiário para conter a situação.
A mesma partida já havia gerado outra polêmica: o Guarani solicitou ao STJD a anulação do jogo, alegando que o adversário teria atuado com 12 jogadores por um momento do segundo tempo, mas o pedido foi indeferido.
O Artigo 258-B prevê a suspensão de uma a três partidas para atletas, técnicos ou membros da comissão técnica que invadam o local da partida, da arbitragem ou equivalente, incluindo o intervalo regulamentar. O Artigo 254-A trata de agressão física durante a partida, com pena de quatro a doze jogos para integrantes da equipe, incluindo treinadores.
Na decisão, a comissão entendeu que não houve agressão física relevante por parte de Fernandes, caracterizando apenas um esbarrão sem grande contundência. A aplicação parcial das penalidades resultou em uma partida de suspensão pelos xingamentos e uma partida pelo esbarrão, totalizando duas partidas.
A denúncia referente ao artigo 254-A foi desclassificada para o artigo 250, que trata de ato hostil, mantendo-se a suspensão. O técnico não compareceu ao julgamento, pois, segundo o advogado de defesa da Macaca, Ricardo Horta, a sessão coincidia com o horário do treino da equipe.
Durante a análise, o auditor George Ramalho explicou: “As imagens mostram que o esbarrão ocorreu em espaço estreito, sem intenção de agressão física, configurando apenas ato hostil. Os xingamentos, por outro lado, configuram infração disciplinar e geram uma partida de suspensão. Para o esbarrão, houve desclassificação do artigo 254-A para o 250, com aplicação de uma partida de suspensão.”
Marcelo Fernandes já cumpriu uma das suspensões na partida seguinte ao ocorrido, contra o Náutico. Ainda assim, a segunda suspensão prevista pelo STJD deve impedir sua presença no Dérbi 212. Caso isso se confirme, quem comandará a Ponte Preta no clássico será o auxiliar técnico Marcelo Copertino.
A bola rola a partir das 17h deste sábado no Majestoso para Ponte Preta e Guarani. Já garantida na Série B de 2026, a Macaca busca a classificação para a final da competição.