Campinas se despediu neste sábado (24) de Maria Angélica Beraldo, a primeira campineira a fazer parte da seleção brasileira de vôlei, na década de 1970. Gegê Beraldo foi também referência para formação de atletas no município, ocupou cargos públicos e esteve à frente de ações a favor do esporte e da diretoria do Clube Regatas. Como atleta máster, participou de competições até este ano, sempre como exemplo de vida ativa.
Angélica era viúva. Faleceu em decorrência de um adenocarcinoma pulmonar seguido por Acidente Vascular Cerebral (AVC). Deixa dois filhos e dois netos. O velório começa às 13h deste sábado, no Cemitério da Saudade, em Campinas. O corpo de Angélica Beraldo será sepultado às 16h, no mesmo local.
Ex-jogadoras, companheiras de quadra de Angélica Beraldo e amigos lamentaram a perda da parceira que o esporte lançou para uma vida repleta de recordações e momentos especiais.

“Maria Angélica Beraldo, a nossa Gegê Beraldo se foi tão rápido, inacreditável Foi o jogo mais difícil a ser jogado em sua vida, uma atleta nata que estabeleceu tantos desafios em sua vida e que nestes 68 anos de vida, não gostava de perder de maneira alguma. Estou triste demais por perder você, saudade, mas feliz porque certamente na eternidade você estará lá nos aguardando também”, expressou a fisioterapeuta Ana Cecília Justo, amiga de Angélica e também ex-jogadora de vôlei.

“Gegê fez história no voleibol e cada uma de nós tem uma estória, um acontecimento e principalmente uma gargalhada que viveu ao lado dela”, relatou Analirdes no grupo de ex-jogadoras de vôlei do Guarani.
“Minha guerreira, você escreveu uma linda história no voleibol e em nossas vidas. Siga um novo caminho e jogue muito voleibol mulher iluminada! Hoje o céu está em festa para te receber”, escreveu Suzy, também ex-companheira de Angélica.
Gegê Beraldo chegou à seleção brasileira ainda pela categoria juvenil. Participou de sulamericanos, panamericanos e mundiais no início da década de 1970. Na categoria principal, conquistou medalhas em sulamericanos e panamericanos. Passou pelos principais clubes do Brasil e também pelo Guarani, onde atuou como atleta e também como técnica.
Formou atletas e amigas que foram às redes sociais neste sábado tentar descrever um pouco da maneira como Gegê tocou vidas nesses 68 anos. Também me despeço da amiga, companheira de quadra e técnica que me mostrou o caminho que hoje sigo.

Antônio de Pádua Báfero, escritor e ex-treinador de Angélico Beraldo, escreveu uma homenagem à amiga que conta um pouco sobre a personalidade dela:
“Há pessoas que transcendem a simples existência. São múltiplas em seus relacionamentos, vão além da afetividade, deixam marcas profundas do jeito de ser.
Angélica ia além de ser uma atleta do mais alto nível, ela ocupava o espaço de uma guerreira, lutava com forças que extraia do seu intimo, agredia, recuava, pedia desculpas e, sempre, não deixa seu espaço ser invadido.
É assim que digo adeus para ela, com o espírito marcado para sempre, de ter sido amigo de uma grande guerreira na vida.
Voe Jéca, voe, agora o espaço Divino é um presente de Deus, uma medalha cravada de estrelas. Voe minha doce amiga, ninguém achará que você não merece.
Esse seu último set, confesso, foi muito bem jogado, como sempre.
Leve meus aplausos.”
Veja abaixo o depoimento de Gegê Beraldo, em 2021, ao Hora Campinas, no aniversário de Campinas











