O jornalismo perdeu Pedro Fávaro Júnior, que morreu na noite de sexta-feira (28), aos 70 anos, em Jundiaí. Com forte atuação na imprensa paulista, Pedrinho, como era conhecido, teve passagens de destaque em Campinas, onde deixou sua marca nos jornais “Diário do Povo” e “Correio Popular”. Na cidade ainda atuou na sucursal do Jornal “O Estado de S. Paulo” e em Jundiaí passou por diversos órgãos de imprensa. Ele também era escritor e diácono.
A família informou que Pedrinho “fez a passagem do jeito que ele sempre desejou: em casa, cercado de amor”.
Em postagem nas redes sociais, a filha Tatiana Fávaro relatou sobre uma conversa que teve com o pai em seus últimos dias: “Num dos últimos papos que teve comigo, ele pediu: ‘quando meu Chefe me chamar, eu quero que vocês primeiro rezem, pois dediquei mais da metade da minha vida à minha crença. Depois comam, bebam e cantem. É isso: rezar, comer, beber e cantar – isso que eu quero que vocês façam. Celebrem a vida!'”.
Pedrinho estava em tratamento desde 2020. Naquele ano, ele recebeu dois diagnósticos: um de leucemia e outro de câncer. O jornalista passou por quimioterapia, radioterapia e hormonioterapia, além de sessões de hemodiálise. O câncer, porém, evoluiu para metástase.
“Ele passou seus últimos dias cercado de amor”, conta a filha. “Foi mestre em enxergar beleza mesmo no caos. Brincava com os netos na cama, já que não podia mais ir até o parquinho. Contava histórias de jornalismo, diaconato e vida em vez de ficarmos falando de dor e doença. A gente falava de vida e também de morte, da saudade que já estávamos sentindo um do outro”, relata. “Ele amava viver e, ainda que deitado, editava textos, sua cabeça estava lúcida. Meu pai fez a boa semeadura ao longo da jornada.”
O editor-chefe do Portal Hora Campinas, Marcelo Pereira, conviveu com Pedrinho na redação do “Correio Popular”. “Fui repórter na época em que ele era chefe de reportagem e editor. Era uma pessoa afetuosa e extremamente acolhedora. Pedrinho deixa o legado de que orientar, argumentar e divergir era possível fazer com diplomacia, educação e sem enfrentamento”, comentou.
O velório começou às 8h deste sábado (29), na Paróquia São Vicente de Paulo, na avenida José Bulizzani, 80, Vila Marlene, em Jundiaí, onde era diácono. Às 11h30 haverá celebração litúrgica. O sepultamento será às 14h, no cemitério Nossa Senhora do Desterro, no centro da cidade.
No perfil do Facebook, Pedrinho descreveu: “Escrevo, honro pai e mãe, amo a família. Sigo Jesus dos Pobres. Abomino fundamentalistas”.
Pedrinho, que mantinha no ar o blog poeminhaspontocom.blogspot.com., deixa ainda vários livros publicados.