Você que está me fazendo companhia lendo esse artigo, lhe agradeço a atenção, e aproveito para fazer uma pergunta: você já se deparou com algum problema muito sério a ponto de não saber o que fazer, seja relacionado a saúde, a dores físicas, dores da alma, aflição, desespero, medo fazendo você perder sua “utilidade”, sua “funcionalidade” enquanto ser humano? Parece complexa tal indagação eu sei, mas a reflexão que está por vir é pior… Posso contar com sua companhia? Ótimo, então vamos lá.
Você certamente já ouvir a seguinte frase, que também é uma pergunta: “.. na alegria e na tristeza, na saúde e na doença…”?
Pois bem, pegando a pergunta anterior somando ao conceito de utilidade, de funcionalidade humana, minha proposta de reflexão é a seguinte: você realmente pode contar com as pessoas que dizem estar ao seu lado?
Não me refiro aqui apenas ao casamento, mas sim às mais diversas relações sociais, você pode contar com seus vários amigos do Facebook, com seus milhares de seguidores do Instagram, dentre outras diversas redes sociais? Como diria o grande nome da Sociologia, o polonês Bauman, estamos em uma era de relações líquidas, onde na ótica dele “… nada foi feito para durar!”, era essa atual em que você estabelece relações na base de um clique e as desfaz com o mesmo clique.
Percebo que não há mais tolerância para diálogos, não se busca mais resolver os problemas de forma madura.
Pensar exige trabalho, argumentar com raciocínio lógico não é para qualquer um, ter empatia e buscar encontrar um equilíbrio para ambas as pessoas envolvidas é muito desgastante, portanto, ao menor indício de problema, um clique e pronto! Bloqueado (a)! Tudo resolvido…
Ou não, pois pensando em termos psicanalíticos de saúde mental, pensando no inconsciente, por vezes, ou na maioria delas, muito do que fazemos de modo involuntário, tem ali um fundo de verdade, e o ato de fugir de um diálogo racional, só demonstra a dificuldade de ouvir outros pontos de vista, a dificuldade em se relacionar, em confiar, em exercer a empatia, de perceber que há contradições, que a capacidade de argumentação é baixa, mas o EGO ao qual somos sustentados, não permite que a humildade advinda da maturidade permita que abaixemos a guarda para assumir que sim, realmente cometemos equívocos, que sim, erramos e que estamos abertos a nos arrependermos e a aprender com os erros.
O erro é uma grande oportunidade de aprendizado, é natural que em relação ao impacto emocional de tal erro é proporcional o “direito ao luto”, a tristeza, mas com o passar dos dias, das semanas faz-se necessário parar e refletir o que aprendemos com aquela situação imprevista que acometeu nosso estado emocional e as demais áreas de nossa vida.
Quando acertamos, vencemos, ganhamos o que não faltam são pessoas à nossa volta, nos bajulando (há também invejosos, mas uma pessoa madura não precisa se dar ao trabalho de se rebaixar ao nível delas e lhes dar ouvidos), agora quando passamos por momentos de grande frustração, de dor, de sofrimento, de agonia, angústia experimentamos a solidão, e podemos contar nos dedos de uma mão as pessoas que realmente se importam conosco, que nos amam mesmo nesses momentos que estamos suscetíveis a vivenciar, momentos de “inutilidade, de funcionalidade humana” onde não temos nada a oferecer, onde aos olhos de quem não tem empatia, esses não têm nada a ganhar.
Na alegria e na tristeza… Será mesmo que tal acordo faz-se real na vida como ela é?
Será que se faz real na prática fugindo do belíssimo discurso que se é explanado? Resta infelizmente esperar de modo racional, sem ingenuidade, que tais momentos nos acometam e esperar, por efeito deles, o movimento das pessoas que sempre disseram: conte comigo!
Thiago Pontes é Filósofo e Neurolinguísta (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial











