Em algum momento da sua vida, já se deparou com aquele brinquedo clássico chamado de ‘cubo mágico’ (que você tem o compromisso de ajustá-lo até que cada lado fique com todas as peças na mesma cor)? É associado a um objeto de entretenimento para crianças, principalmente há décadas atrás na qual não havia redes sociais, porém hoje em dia há linhas terapêuticas que recomendam a manipulação do mesmo por alegar que ele induz positivamente à criatividade, ao raciocínio lógico, à memória…
Enfim, é a partir desse cubo mágico que irei dar início à nossa reflexão de hoje aproveitando a deixa de que estamos adentrando no mês conhecido também como Setembro Amarelo, dedicado à conscientização e prevenção da vida!
Sócrates, filósofo grego é o principal nome da filosofia com seu método da maiêutica, conhecido como o método da parteira: quem dá a luz ao bebê é a mãe, que é auxiliada pela parteira assim, portanto, para Sócrates o papel do filósofo seria o de estimular, a auxiliar a pessoa através de questionamentos e com senso crítico a “dar a luz a uma ideia”, dar outro olhar aos fatos, o que na Sociologia Émille Durkheim chamaria de um olhar neutro para com o chamado Fato Social.
Pulando de 500 anos a. C da época de Sócrates para o século XIX chegamos a Freud e Breuer, grandes nomes da saúde emocional, da psicanálise e da psiquiatria, que juntos desenvolveram o método catártico ao qual se define pelo fato de o paciente ter o momento ao qual lhe “cai à ficha”, ao qual ele tem o chamado insight, ao qual ele consegue reajustar as partes do seu “cubo mágico mental”, acessando seu inconsciente e o que nele há armazenado através de boas perguntas e uma condução ética do terapeuta que há exerce no processo terapêutico que, inclusive têm enorme eficácia em pacientes que cogitam tirar a própria vida.
A pessoa que pensa em abandonar tudo, ela não quer acabar com sua vida, mas com a “dor” que ela tanto sente e que não cessa com nenhum fármaco. O que estaria por detrás da iniciativa de cogitar tirar a própria vida? Comparações em redes sociais, por exemplo?
No início desse artigo expus que o tal brinquedo cubo mágico era uma forma de entretenimento há décadas atrás quando não se tinha rede social, ou seja, não havia também postagens rasas e vazias, com falsas risadas almejando likes, curtidas, seguidores, monetização, hipocrisia, ostentação virtual e inveja…
Recentemente escrevi um livro, meu oitavo trabalho literário, que pretendo expor aqui no portal de notícias Hora Campinas, ao qual sou colunista com muito orgulho. Tal livro trás como título uma pergunta: “O que há nos bastidores do Teatro da Vida?”, pois a provocação é a de que como seria o camarim, como seria a vida do ator, da atriz fora do palco, ou seja, fora das redes sociais?
Aproveito para fechar nossa reflexão e os conceitos que aqui trouxe (cubo mágico + Setembro Amarelo + Meu novo livro) para expressar que uma grande consequência da escolha de pessoas tirarem sua vida se origina em decorrência de comparações em redes sociais, buscando a utópica vida perfeita e percebendo que sozinho, não está conseguindo ajustar o cubo mágico mental, emocional.
Isso tira o sono, lhe causa ansiedade, depressão, crises de pânico e tantos outros transtornos psicossomáticos produzidos pela instabilidade emocional. Busque ajuda!
Busque alguém que não ajuste o cubo para você, mas sim que lhe ajude a você mesmo a ajustá-lo já que cada um possui em si experiências únicas e singulares, ajuda essa seja com terapias, seja com amigos, seja pelo CVV 188. Toda vida importa!
Thiago Pontes é Filósofo e Neurolinguísta (PNL) – Instagram @institutopontes_oficial