A Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB-SP) e suas subseções anunciaram na última semana uma força-tarefa para atuar no combate ao golpe do ‘falso advogado’. O objetivo é coibir as fraudes praticadas, especialmente por mensagens de WhatsApp e pelo sistema PIX, prejudicando a advocacia e seus clientes.
A iniciativa terá abrangência estadual, e dará continuidade às ações iniciadas em 2024, quando cerca de 300 denúncias de golpes foram encaminhadas para a Polícia Judiciária.
A ação será coordenada por integrantes das Comissões de Fiscalização da Atividade Profissional e Direitos e Prerrogativas, do ouvidor-geral da Secional e de 21 advogados de cada região administrativa do estado de São Paulo.
O golpe do ‘falso advogado’ ocorre especialmente em virtude de demandas judiciais, pois os golpistas têm acesso aos dados dos processos, que são públicos.
Os estelionatários entram em contato com os clientes ou as partes, se passando pelo advogado contratado ou pelo respectivo escritório, e solicita transferências via PIX, alegando que o pagamento prévio de um valor é necessário para liberar um suposto crédito existente no processo.
Há pouco mais de um mês alguns clientes do escritório Ferraz Sampaio Sociedade Individual de Advocacia, em Campinas, receberam mensagens pelo WhatsApp com a foto do advogado Renato Ferraz, informando que havia sido expedido “alvará de liberação”.
“Não sabemos como enviavam o processo na íntegra ao nosso cliente”, relatou Ferraz, que prontamente registrou um Boletim de Ocorrência. “Esse tipo de acesso ocorre somente com login e senha de advogado. Imediatamente avisei meus clientes sobre o golpe, informando o número telefônico que o golpista estava utilizando. Tivemos clientes que disponibilizaram valores aos criminosos.”
De acordo com a presidente da OAB Campinas, Luciana Freitas, no ano passado foram repassadas informações para a Ordem de São Paulo de pelo menos 15 advogados vítimas dos golpistas.
“Nós dependemos da autoridade policial nessa circunstância porque muitas dessas tentativas de golpe são praticadas por terceiros, e não advogados. Nesse caso, compete à OAB coletar o máximo de dados e informações possíveis para levá-las à autoridade policial”, relatou a presidente.
Luciana disse ter passado por uma situação em que golpistas usaram seu nome. “Esse tipo de golpe é mais corriqueiro em duas determinadas áreas da advocacia, que é a previdenciária e a trabalhista, pois geralmente são valores que tendem a ser pagos em quantias maiores a cada pagamento”, explicou.
Além do recebimento de denúncias e orientação à advocacia e aos cidadãos, a OAB-SP atualizou o conteúdo da cartilha de prevenção contra o golpe (https://oabcampinas.org.br/wp-content/uploads/2025/01/Cartilha.pdf), lançada no ano passado, que traz esclarecimentos sobre as fraudes e as medidas preventivas para que cidadãos e advogados (as) não sejam vítimas.
Algumas formas do golpe na Advocacia
Na advocacia, o golpe do falso advogado ocorre especialmente em virtude de demandas judiciais, pois os golpistas têm acesso aos dados inseridos nos processos judiciais, que são públicos.
O golpista entra em contato com os clientes ou partes, se passando pelo advogado contratado ou pelo respectivo escritório, e solicita transferências via PIX, alegando que o pagamento prévio de um valor é necessário para liberar um suposto crédito existente no processo. Essa abordagem junto ao cliente pode acontecer de algumas maneiras variadas, a saber:
- Invasão do WhatsApp (mesmo número do advogado ou do escritório);
- Clonagem do WhatsApp do advogado ou do escritório, com a utilização de foto e logotipo;
- Números diferentes/aleatórios:
➔ Se passando pelo advogado;
➔ Se passando pela secretária ou por suposto outro advogado do escritório.











