Cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) são alvos de uma operação que investiga esquema de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro considerado um dos maiores do país. Na manhã desta quinta-feira (27), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e o 1º Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep) cumprem dois mandados de busca e apreensão em Campinas e três em Paulínia.
Um dos endereços fica localizado na Rua Padre Vieira, no bairro Cambuí, em Campinas.
Os investigados têm dívidas superiores a R$ 26 bilhões com atuações em quatro estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia – e no Distrito Federal. No total, foram expedidos 126 mandados.
A Receita Federal coordena a operação com apoio do Ministério Público, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, secretarias da Fazenda e forças policiais. A ação envolve mais de 600 agentes e pelo menos 190 pessoas físicas e jurídicas são investigadas, cinco das quais na RMC.
Entre imóveis e veículos, a Justiça bloqueou R$ 10,2 bilhões em bens.
Offshores, empresas e fundos de investimentos foram usados para ocultação de patrimônio. Em um ano, a organização movimentou mais de R$ 70 bilhões, apontam as investigações.
A operação, batizada de Poço de Lobato, tem ligação com a Operação Carbono Oculto, realizada em agosto e que identificou a infiltração do crime organizado na cadeia de combustíveis. Grupos atuavam desde a importação até a distribuição nas etapas do setor.
Mais de R$ 32 bilhões em combustíveis foram importados entre 2020 e 2025 em um esquema que facilitava a sonegação de impostos por parte das distribuidoras e postos ligados à organização.
O grupo utilizava estruturas societárias complexas, expedientes fraudulentos e múltiplas camadas para ocultar beneficiários e manter o controle sobre etapas de produção e distribuição.
O nome da ação, Poço de Lobato, remete ao primeiro poço de petróleo descoberto no Brasil, em 1939, no bairro de Lobato, em Salvador.









