Parceria entre a Prefeitura de Campinas e a Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp trabalha na identificação da quantidade e das principais características das pessoas surdas na Região Metropolitana de Campinas (RMC).
Segundo o último censo do IBGE, existem 124.070 pessoas com deficiência auditiva na RMC, o que representa 4,43% do total da população da região. A pesquisa censitária, contudo, não especifica neste grupo populacional quantos são os que conhecem a Língua Brasileira de Sinais, nem quais as suas características.
O estudo da Unicamp se encontra em sua segunda fase e é coordenado pela docente do Departamento de Desenvolvimento Humano e Reabilitação (DDHR), Núbia Vianna.
Neste momento, o objetivo é conhecer mais sobre o perfil das pessoas surdas, moradoras da RMC, maiores de 18 anos, conhecedoras ou não da Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A primeira fase do levantamento foi realizada no ano passado e contou com a participação de 188 pessoas, com meta de estimar a quantidade e as principais características de pessoas portadoras deste tipo de deficiência. A etapa consistiu de preenchimento de formulário on-line acessível em Libras, que investigou informações como idade, grau de escolaridade, condições de saúde e uso dos serviços.
Agora, com o apoio da Secretaria de Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos da Prefeitura de Campinas, a segunda fase do estudo ampliará o alcance, por meio de contato telefônico, mensagem escrita e videochamada a aproximadamente 450 surdos assistidos pela Central de Interpretação de Libras (CIL), serviço municipal que oferece profissionais de tradução e interpretação Libras para acompanhar a pessoa surda em instituições, serviços e repartições públicas, com o objetivo de garantir acessibilidade linguística e comunicacional.
“Um dos nossos principais objetivos é averiguar a acessibilidade em Libras nos serviços de saúde, pois sabemos que há uma grande barreira de comunicação entre os profissionais de saúde e usuários surdos”, comentou a professora Núbia Vianna, explicando que a pesquisa teve como motivação a escassez de estudos voltados a essa parcela da população. “Cotidianamente, os surdos enfrentam barreiras de acesso à saúde. A dificuldade para se comunicar com o médico, durante uma consulta, é uma delas”, acrescentou a docente da Unicamp. A segunda fase da pesquisa conduzida pela docente da FCM também terá o apoio da Associação dos Surdos de Campinas (Assucamp).
Concluída a pesquisa, os pesquisadores levarão os resultados às prefeituras da RMC, de modo a subsidiar o poder público para o planejamento de ações e políticas de saúde mais inclusivas e compatíveis com as necessidades de saúde das pessoas surdas. Também serão entregues às associações de surdos para fomentar a luta do movimento pela garantia de direitos.
Pessoas com deficiência auditiva, moradoras da RMC, podem participar da segunda fase da pesquisa, respondendo ao formulário online no link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSetExfpanJfabc0Ch2cCag4_oAKOaNAg0u2Q4hroinLdK0-ag/viewform, . O prazo para respostas termina em 31 de outubro de 2022.











