A Polícia Federal (PF) cumpriu na manhã desta terça-feira (20), em Jundiaí, mandado de busca e apreensão visando aprofundar investigação sobre a prática de crime de tráfico internacional de pessoas com finalidade de trabalho análogo à escravidão. Na operação foram apreendidos três computadores, um tablet, dois HDs e quatro aparelhos celulares, segundo informações do delegado-chefe da PF de Campinas, Edson Geraldo de Souza.
As diligências têm como foco uma empresa que atuava no recrutamento de brasileiros para supostas oportunidades de trabalho no Leste Europeu. Por meio de plataformas on-line, a empresa intermediava contato com os interessados, apresentando promessas de emprego e condições vantajosas no exterior.
As investigações apontam indícios de que o real intuito era a exploração de mão de obra em condições degradantes, mediante fraude ou mesmo apenas obter indevidamente valores pagos a título de tentativa de emprego, configurando sérias violações aos direitos humanos.
A investigação, que se dá no contexto da Operação Rota 171, e começou em dezembro do ano passado a partir da denúncia de uma vítima brasileira que conseguiu se libertar do esquema em solo europeu com a ajuda da Polícia da Bósnia.
A atuação da Polícia Federal busca identificar os envolvidos no esquema criminoso, bem como coletar provas da materialidade e autoria dos fatos investigados.
Os crimes em apuração são tipificados nos artigos 149 e 149-A do Código Penal, cujas penas podem chegar a oito anos de reclusão, além de multa, podendo ser aumentadas casos de tráfico de pessoas com transnacionalidade.
O nome da operação é uma alusão ao engano das vítimas ao acreditarem nas promessas enganosas de trabalho.