Em momentos de incertezas econômicas, o planejamento financeiro se torna essencial para a sobrevivência e o crescimento dos pequenos empresários. A gestão precisa de receitas, custos, despesas, impostos, depreciação e qualquer outra informação ou dado financeiro deve ser rigorosa, com o objetivo de garantir que a última linha da planilha – a margem líquida – seja a melhor e mais precisa possível. É essa linha final que reflete a saúde financeira do negócio, e quanto mais exata, mais fiel será o controle sobre o futuro da empresa.
Para os pequenos empresários, a disciplina é um pilar fundamental. Quando se tem um CNPJ, ele deve vir antes de qualquer desejo pessoal.
Isso significa que as retiradas de lucro, por mais tentadoras que sejam, devem sempre ser planejadas com cautela, respeitando o fluxo de caixa da empresa e sua necessidade de reinvestimento. Ao adotar essa prática, o empresário protege o negócio e se prepara melhor para atravessar momentos desafiadores.
Uma estratégia prática e eficaz é a retenção de 3 a 4% do ganho mensal para formar uma reserva de risco. Esse valor, que pode parecer pequeno em um primeiro momento, ao ser acumulado se transforma em uma fonte de recursos extras para enfrentar períodos difíceis. Em tempos de escassez ou queda de receita, essa reserva pode se tornar um recurso crucial, oferecendo fôlego financeiro e segurança para o empresário.
A cultura de planejamento deve ser ensinada aos demais profissionais ou gestores da empresa, especialmente aos colaboradores das áreas administrativa e financeira, que dão suporte direto à saúde do negócio.
Com essa orientação, cria-se uma mentalidade de preservação dos recursos e responsabilidade com a continuidade do empreendimento. Essa conscientização fortalece a equipe, que passa a ver a importância da gestão financeira como parte de seu papel na jornada empresarial.
Outro ponto crítico é a revisão contínua dos custos. Pequenos negócios devem eliminar todos os gastos desnecessários, como softwares que não são utilizados ou contratos com prestadores que não entregam o valor esperado. Esse processo de revisão constante evita desperdícios e melhora as margens, liberando recursos para o que realmente faz diferença na operação.
Para fortalecer ainda mais a segurança financeira da empresa, o empresário deve ter uma reserva equivalente a, pelo menos, três ciclos completos de fluxo de caixa mensal. Essa reserva permite cobrir custos essenciais, como o pagamento de mão de obra, aluguéis e despesas administrativas e gerais, garantindo que o negócio possa enfrentar eventualidades sem comprometer sua operação. Esse montante funciona como um colchão de segurança, permitindo uma margem de manobra e estabilidade nos períodos de incerteza.
Por fim, é importante lembrar que tempos de incerteza sempre virão. Esse é um movimento natural no mercado, e o empresário precisa estar preparado para gerenciar essas flutuações de forma efetiva e sustentável.
A atenção aos movimentos do mercado, a análise frequente dos resultados do negócio, comportamento dos clientes e a observação de cenários externos ajudam a antecipar desafios.
Além disso, estudar sobre gestão financeira e adquirir conhecimento sobre o tema é uma ferramenta poderosa para enfrentar as turbulências e tomar decisões mais assertivas em momentos difíceis.
Ivo Neves é especialista em carreiras e diretor da SG4, empresa especializada em sistemas de gestão e sustentabilidade. Conheça: https://sg4.com.br/