A pouco mais de três meses das eleições municipais, a agenda política campineira segue agitada nos bastidores. Conversações para fechar apoios e alianças formais têm se desenrolado em encontros privados. Por enquanto, há quatro pré-candidatos declarados à Prefeitura de Campinas: o prefeito Dário Saadi (Repub), que buscará a reeleição; o vereador Paulo Gaspar (NOVO); o médico Pedro Tourinho e o deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania).
Para que eles possam se apresentar e defender as suas ideias junto aos eleitores, o Hora Campinas promove essa semana uma série especial das eleições 2024. Cada um dos pré-candidatos foi convidado a escrever um texto que responde à seguinte pergunta: Por que quero ser prefeito de Campinas?
Os artigos serão publicados em ordem alfabética, a partir de amanhã.
A sequência é a seguinte: Dário Saadi (dia 25), Paulo Gaspar (26), Pedro Tourinho (27) e Rafa Zimbaldi (28). Não há imposição sobre temas ou assuntos, desde que eles estejam dentro de critérios editoriais, respeitando a civilidade e o respeito mútuo. O espaço deve ser ocupado para fortalecer o debate público com propostas, planos e visões da governança municipal.
O próximo prefeito gerenciará um orçamento de mais de R$ 10 bilhões. A gestão vai de 2025 a 2028.

Xadrez político
O desenho da política para este 2024 está mais ou menos rascunhado. Dário Saadi, que governa desde 2021, será o alvo preferido dos seus oponentes. Rafa Zimbaldi, por exemplo, disputou o segundo turno das eleições de 2020 com discurso crítico. Houve embates tensos nos debates da TV e de outras plataformas eletrônicas.
Desde então, Rafa tem procurado ser seu rival mais contundente, tentando antagonizar com questionamentos da agenda municipal.
No entanto, o vereador Paulo Gaspar acabou ocupando um espaço significativo na mídia, sobretudo das redes sociais, com uma narrativa igualmente crítica. Sua combatividade em assuntos urbanos, sobretudo em relação a temas como patrimônio, zeladoria e o conjunto arbóreo da cidade, o fez ganhar musculatura, a ponto de conquistar o direito de ter seu nome sacramentado pelo NOVO. Seu alvo também será Dário.
O petista Pedro Tourinho chega na eleição de 2024 com uma trajetória ascendente. Depois de ter sido vereador por dois mandatos (20133-2016/2017-2020), candidatou-se a prefeito. Apesar de derrotado, teve boa votação (quase 100 mil votos). Analistas políticos enxergam Tourinho como o representante que vai antagonizar o debate ideológico da eleição, sendo uma espécie de contraponto ao bloco de centro-direita que Dário, Gaspar e Zimbaldi ocupam.
Se a eleição em Campinas repetir a polarização que se repete no País, Tourinho vai tentar ser esse “lado da esquerda” no debate.
Como ainda está muito cedo para compreender os sinais dos discursos de todos os pré-candidatos, o que se tem de certeza é que será uma briga ferrenha, com Dário utilizando a prerrogativa de apresentar as obras que entregou, num ano simbólico para a cidade, que marca os 250 anos de Campinas. E os demais tentando contestar ou minimizar esse esforço do atual governo. A conferir.
A campanha deve trazer temas urgentes e assuntos que marcaram a Administração nestes quatro anos.
É esperada grande visibilidade para os desafios da saúde pública, para o aumento dos moradores em situação de rua, para os percalços em se combater a deterioração urbana e do patrimônio histórico e para tragédias como as quedas fatais de árvores na Lagoa do Taquaral e no Bosque dos Jequitibás. O BRT, ainda não totalmente implantado, também merecerá uma lupa dos adversários de Dário, assim como as enchentes em pontos históricos da cidade.

Calendário eleitoral
As eleições municipais de 2024 ocorrerão em todo o País, excluindo-se o Distrito federal e o arquipélago de Fernando de Noronha (PE), no dia 6 de outubro, em primeiro turno. A tendência é que haja 2º turno em Campinas. Se houver, será no dia 27 de outubro, caso necessário, já que a cidade tem mais de 200 mil eleitoras e eleitores.
De 20 de julho a 5 de agosto, partidos e federações poderão realizar convenções partidárias para deliberar sobre coligações e escolher candidatas e candidatos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador.
Após a definição das candidaturas, as agremiações têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.
O dia 16 de agosto marca o início da propaganda eleitoral, após o prazo de registro de candidaturas. Até lá, qualquer publicidade ou manifestação com pedido explícito de voto pode ser considerada irregular e é passível de multa.
Pré-candidatos que apresentem programas de rádio ou televisão ficam proibidos de fazê-lo a partir de 30 de junho.
A exibição da propaganda no horário eleitoral gratuito em rádio e TV vai de 30 de agosto a 3 de outubro. A contagem é feita considerando os 35 dias anteriores à antevéspera do 1º turno.