A pressão sobre o sistema de tratamento oncológico na região de Campinas torna a criação de um centro oncológico voltado a adultos prioridade para o ano de 2025. De acordo com os dados apresentados pela superintendente do Hospital das Clínicas (HC) da Unicamp, Elaine Ataíde, ao menos 250 pessoas estão hoje na fila de espera para tratamento médico no DRS-Campinas.
O número de sessões de radioterapia no complexo hospitalar da Unicamp também aumentou: de 10.821 em 2022 para 11.111 no ano seguinte. E houve um crescimento da quantidade de atendimentos laboratoriais e de exames de imagem.
Neste mês, a superintendente do HC da Unicamp apresentou à ministra da Saúde um plano para construir, em Campinas, um centro oncológico. O novo hospital, que ela chamou de Instituto Oncológico, atenderia uma região onde moram cerca de 7 milhões de pessoas e seria, nas palavras de Ataíde, uma forma de enfrentamento de problemas crônicos como a falta de leitos e de centros especializados.
Elaine Ataíde confirma que a pressão por atendimento no HC tem aumentado sem uma contrapartida da infraestrutura. O volume de internações, por exemplo, subiu de 11.535 em 2022 para 12.089 no ano passado. Na comparação com 2020, ano do início da pandemia de covid-19, o aumento foi de 21,4%.
De acordo com o projeto, o novo hospital poderia ampliar os diagnósticos e oferecer acompanhamento médico por meio do uso de novas terapias e novas tecnologias e, com isso, contribuir para a redução das filas de espera. O novo hospital atenderia o Departamento Regional de Saúde (DRS) de Campinas, o de São João da Boa Vista e o de Piracicaba.
No projeto do novo centro consta também a criação do inédito serviço de protonterapia. A terapia usa feixes de prótons para destruir células cancerígenas com um mínimo de danos aos tecidos saudáveis. Para determinados tipos de câncer, é o único tratamento capaz de salvar vidas.
No último dia 17, o reitor da Unicamp, professor Antonio José de Almeida Meirelles, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, e o diretor do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Antonio José Roque, iniciaram negociações para o estabelecimento de uma parceria entre as instituições visando ao uso da protonterapia no tratamento de câncer.
Segundo o diretor do CNPEM, um dos objetivos do centro é criar equipamentos de baixo custo que possam ser usados no sistema público de saúde, transformando a região de Campinas em um polo de desenvolvimento de equipamentos médicos. (Com informações da Unicamp)