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Home Colunistas

Quando uma casa ajuda a resgatar sonhos e histórias

Primeiro abrigo de Campinas nasceu pelo esforço e dedicação de um morador de rua

Kátia Camargo Por Kátia Camargo
6 de agosto de 2021
em Colunistas
Tempo de leitura: 4 mins
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Quando uma casa ajuda a resgatar sonhos e histórias

Espaço da horta na Casa Antônio Fernandes dos Santos: acolhidos, moradores de rua são convidados a trabalhar seus projetos de vida - Fotos: Divulgação

Você já ouviu falar em Antônio Fernandes dos Santos? Talvez, assim como eu, nunca tenha ouvido falar nele, mas agora que conheci sua história pretendo não esquecer. Ele foi um morador de rua que lutou muito para que Campinas tivesse um abrigo para adultos. Na época só existia albergue, cuja configuração é bem diferente de um abrigo, mais parecido com um lar. Antônio não chegou a ver seu sonho concretizado, mas o primeiro abrigo da cidade, inaugurado em 2009, foi batizado de Casa Antônio Fernandes dos Santos em homenagem à sua luta.

Antônio, José, João, Carlos, Augusto, Leonardo e tantas outras pessoas que acabam indo morar nas ruas vão perdendo pelo caminho suas referências, afetos, casa, roupas, comida, autoestima, dignidade e muito mais.

São tantas privações que confesso ser difícil até imaginar as dores e desafios por que passam os que não tem uma casa para voltar, uma família, uma cama, um prato de comida.

Antônio Fernandes dos Santos (com cartaz): morador de rua que lutou para que Campinas tivesse um abrigo para adultos

Muitos casos são atribuídos ao uso de drogas e álcool, mas têm tantas histórias de vida, com privação, violência, escassez, desamor antes de se chegar até as ruas. E a Casa Antônio Fernandes dos Santos, que é da Caritas Diocesana de Campinas em parceria com a Prefeitura de Campinas, tenta resgatar os projetos de vida e sonhos de cada uma das 400 pessoas que está ou passou por lá.

Sonho? Projeto de vida? Autonomia? Independência? Diálogo? Escuta?

Sim, no abrigo Antônio Fernandes dos Santos — vou escrever sempre o nome dele, pois moradores de rua muitas vezes perdem até a sua identidade, passam a ser ‘invisíveis’ aos nossos olhos, mudamos de calçada para não olhar para tamanha desigualdade social — os moradores de rua são convidados a trabalhar seus projetos de vida, me contou Michel Cabral, coordenador e psicólogo do local.

Ele relatou vários casos de pessoas que passaram por lá e conseguiram reescrever suas histórias. “Dentre os casos temos um senhor que queria trabalhar como jardineiro. Desde que saiu daqui conseguiu emprego, alugou uma casa para morar e hoje consegue pagar o aluguel e se manter vivo com dignidade. Tem outro ex-morador que depois que foi embora passou a fazer quentinhas para distribuir para pessoas que vivem nas ruas”, conta Michel.

Moradores durante aula de música
Espaço da biblioteca e onde ficam guardadas as doações
Festa Junina: interação e resgate da autonomia

Quem visita a casa vai perceber uma muda de palmeira que ajuda a dar vida e conectar as pessoas que habitam o espaço com a natureza.

A palmeira que teve uma nova chance

“Ela foi presente de um ex-morador de rua que achou a árvore jogada numa caçamba, quase morta. Ele plantou a árvore dizendo que qualquer ser vivo merece uma nova chance. Hoje a palmeira é um símbolo muito forte dessa vida nova que pode desabrochar em qualquer ser vivo, inclusive nas pessoas que passam pela casa”, diz.

Michel contou que a convivência com eles traz aprendizados diários, dentre eles, a diferença entre sentir fome e ter vontade.

“Na rua eles não escolhem o que querem comer, mas sim o que conseguem para se alimentar”, exemplifica Michel. Ele não nega os desafios diários, que são muitos, mas relata também a solidariedade que um tem com o outro, o cuidar, as trocas, o vínculo e os laços que acabam criando. “Pelo vínculo afetivo nos conectamos. Os desafios diários lidamos com diálogo e respeito, compreendendo a história de cada um e olhando para suas potencialidades. Com isso conseguimos investir no poder criativo que essas pessoas têm para superar seus limites pessoais e coletivos”, destaca Michel.

No dia da nossa conversa Michel contou que havia 19 pessoas morando no espaço. No meio da conversa, uma delas, que estava com um grave problema de fígado e havia sido internada naquele dia, acabou morrendo.

Minutos antes, ele havia relatado o caso dessa pessoa doente e o quanto os outros moradores da casa eram solidários e cuidavam dele, davam remédio, comida, trocavam a roupa de cama, acolhiam o sofrimento do companheiro. Enfrentar as muitas perdas pelo caminho é outro desafio constante dessas pessoas.

Programa Mão Amiga

Semanalmente os moradores fazem uma assembleia para discutir os desafios e soluções. E foi durante uma das conversas que surgiu a questão da dificuldade de se qualificar e arrumar um emprego. Essa pauta foi levada para ao serviço socioassistencial da Prefeitura e daí acabou nascendo o Projeto Mão Amiga, em 2016, com o objetivo de dar formação profissional às pessoas em situação de rua, buscando reinseri-las no mercado de trabalho e, consequentemente, no convívio familiar e social.

Sobre a Casa Antônio Fernandes dos Santos

Imóvel onde funciona a Casa Antônio Fernandes dos Santos: resgate da autoestima

A casa tem espaço para 20 homens, que têm entre 18 e 59 anos. Eles podem ficar de seis meses a 1 ano morando lá. O objetivo é que resgatem o protagonismo de suas histórias, por isso mais importante que fazer por eles é ensiná-los a ser independentes, encontrar seu caminhar, dando um passo de cada vez.

No local, além das refeições como café da manhã, almoço, café da tarde, jantar e um chá da noite, eles trabalham o autocuidado, o resgate da autoestima, têm lavanderia, sala de TV e uma sala de informática. “O tempo todo vamos tentando trabalhar a autonomia deles, que procurem postos de saúde para cuidar da saúde, que tentem achar um ofício, que não deixem de tomar os remédios necessários”, conta Michel.

O coordenador faz questão de destacar o lema do abrigo da Caritas: “Não há saber mais ou saber menos, mas saberes e papéis que se somam na construção da dignidade humana.”

 

Kátia Camargo é jornalista e teve dificuldades para escrever este texto. Para ela alguns textos escrever dói, principalmente ao olhar com mais atenção para a dor do outro ser humano. Lembrou-se de que quando era criança, seu tio Humberto Pitoli, que não está mais por aqui, sempre saía para caminhar para aliviar algumas dores do corpo e da alma por conta de uma doença grave. Nesse caminhar ele sempre encontrava moradores de rua e algumas vezes voltava contando suas histórias, outras os levava para jantar ou almoçar em sua casa. Sentiu saudades do olhar amoroso do tio para o outro e se tivesse que escolher um filme que se conecta e traz esperança para este texto seria: “A Procura da Felicidade.”

Tags: abrigoacolhimentoassistênciacolunistascuidadoHora CampinasKatia Camargomorador de rua
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Kátia Camargo

Kátia Camargo

Caçadora de Boas Histórias

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