Todos nós, em alguma medida, somos frutos de ações voluntárias, passando por pequenos gestos de carinho até apoios essenciais nos momentos difíceis. Desde pequeno, eu frequentava com meus pais o Lar dos Velhinhos e o Orfanato Dom Nery, experiências que me fizeram perceber que é através da generosidade espontânea dos outros que crescemos, desenvolvemos talentos e fortalecemos nosso caráter. Esse patrimônio humano, oferecido sem esperar nada em troca, abre portas para um mundo mais solidário e acolhedor.
Ser voluntário não é apenas um ato de bondade, é uma jornada de crescimento pessoal, exercício de cidadania e até de aprimoramento profissional.
É sair da posição de espectador e participar ativamente da vida comunitária, partilhando e trocando saberes, dons e o tempo, que se torna cada dia mais precioso na vida de todos. É contribuir para uma sociedade mais justa, onde o sonho de um se transforma em possibilidade para todos. É construir, com as próprias mãos, o tempo em que desejamos viver.
Gosto de uma frase de Mahatma Gandhi que diz: “A melhor maneira de encontrar a si mesmo é perder-se no serviço aos outros.”
O voluntariado não está restrito a um perfil ou faixa etária. Todos têm algo a oferecer: um talento, uma palavra de conforto, um conhecimento técnico ou mesmo a simples vontade de ajudar. As possibilidades de atuação são diversas e podem ocorrer nas áreas da educação, saúde, cultura, meio ambiente, cuidado com idosos, apoio a crianças, entre outras. Acredito que colaborar dessa forma nos permite causar um impacto real e positivo na vida de alguém.
Além de beneficiar o próximo, o voluntariado proporciona um profundo autoconhecimento. Descobrimos habilidades que nem imaginávamos possuir, cultivamos empatia, desenvolvemos competências. Trata-se de um encontro transformador, com nós mesmos e com o mundo.
A agenda 2030 das Nações Unidas traça um rumo para um planeta mais justo, equitativo, tolerante, aberto e inclusivo, onde as necessidades dos mais vulneráveis são prioridade. Para que essa visão se concretize, é essencial o envolvimento ativo da sociedade. E é justamente nesse contexto que o voluntariado surge como uma poderosa ferramenta de transformação.
Ser voluntário é mais do que doar tempo. É assumir um papel ativo na construção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Pessoas que, muitas vezes, estão à margem das decisões encontram no serviço voluntário uma maneira concreta de participar, influenciar e promover mudanças efetivas. Ao se envolver, o indivíduo conecta-se com causas, cria laços e descobre que fazer parte de algo maior também traz sentido à própria vida.
Mais do que uma ação isolada, o voluntariado é um compromisso contínuo com a humanidade.
É um exercício de cidadania que aproxima, sensibiliza e mobiliza. Quando realizado em rede, tem o poder de mover estruturas, abrir caminhos e acelerar conquistas coletivas. Afinal, nenhum objetivo será plenamente alcançado sem pessoas dispostas a construí-lo todos os dias, com empatia, coragem e determinação.
Um exemplo inspirador de uma ação voluntária transformadora é o Oásis Educar, que deve reunir amanhã – sábado, 14 de junho – aproximadamente 200 pessoas, entre alunos da Fundação Educar, estudantes, professores, diretores e moradores do bairro, para reformar algumas partes da Escola Estadual Residencial São José.
É bonito ver quanto a união pode transformar realidades. Desde 2009, o projeto já transformou mais de 100 escolas e comunidades.
Aceite o convite de se tornar voluntário, na área em que você se sentir mais confortável. Una-se ao movimento daqueles que acreditam que a solidariedade é a força capaz de reescrever o futuro.
Afinal, quando nos unimos pelo bem comum, estamos semeando as sementes de uma sociedade mais justa, empática e fraterna.
Luis Norberto Pascoal é empresário e presidente da Fundação Educar











