Pode parecer ingênuo, mas certamente, em algum lugar no futuro, será possível encontrar um mundo bem mais justo e humano. Mas como construí-lo com as nossas próprias mãos? Seria por meio da solidariedade, da participação comunitária e da preservação da vida? Acredito que sim.
Sabemos que a vida de muitas pessoas é marcada por obras sociais, onde muito se aprende. Por meio dessas ações, descobrimos o prazer de ajudar e recebemos o respeito de pessoas muito simples, mas extremamente sábias, que sempre têm algo a nos ensinar.
Tive o privilégio de aprender isso ainda na infância, com meus pais, Donato e Marcelina, em visitas ao Lar dos Velhinhos e ao Orfanato Dom Nery, aqui em Campinas. Com eles, percebi o quanto podemos fazer pelo próximo e, principalmente, o quanto aprendemos com essas oportunidades.
A filantropia — essa prática de doar-se ao outro — começou a se consolidar no final do século XIX, durante o período vitoriano, quando a elite inglesa passou a perceber os impactos sociais causados pela primeira fase da industrialização.
Quando Alexis de Tocqueville escreveu Democracia na América, no início do século XIX, e destacou o papel do cidadão no exercício da democracia, ficou clara a importância da atuação comunitária — o exercício da governança por meio da cidadania.
As ações de proteção ambiental, um movimento mais recente, ganharam força com o surgimento das Organizações da Sociedade Civil (OSCs) voltadas para a ecologia, impulsionadas pelo aumento dos riscos que o planeta enfrenta.
Será, então, esse “outro mundo possível” resultado de um compromisso coletivo com a cidadania, a filantropia e a proteção ambiental — sustentado pela responsabilidade social de cada um de nós e das instituições? Você é quem responde.
“São tempos difíceis para sonhadores” — uma frase que se tornou célebre no filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain e que pode servir de reflexão para estes tempos estranhos em que vivemos. Muitos dirão que tudo isso é pura utopia. Será mesmo? Talvez seja melhor fazer parte da luta antes de julgar os resultados.
Vamos pôr a mão na massa e, por meio do trabalho voluntário, construir um mundo melhor: mais justo, mais humano, mais honesto.
É a nossa chance!
Luis Norberto Pascoal é empresário e presidente da Fundação Educar