Unicamp e governo de São Paulo iniciaram as discussões para a ampliação de cursos e a transformação da Área da Saúde da Universidade em autarquia da Secretaria de Estado da Saúde. O governador deu sinal verde para a realização dos estudos técnicos e de planejamento orçamentário, levando em conta um prazo de transição de 10 anos para a ampliação dos cursos, após a transformação da Área da Saúde da Unicamp em autarquia.
Uma comitiva da Unicamp, coordenada pelo reitor Paulo Cesar Montagner, foi recebida na última segunda-feira (1) pelo governador Tarcísio de Freitas para tratar do assunto.
A transformação em autarquia do setor de assistência à saúde da Universidade, incluindo o Hospital de Clínicas, deverá seguir um modelo semelhante ao que ocorre hoje com as Faculdades de Medicina da USP e da Unesp. Autarquia é uma entidade de direito público, com autonomia econômica, técnica e administrativa, mas fiscalizada pelo estado.
Hoje, a Área da Saúde está inserida no organograma da Unicamp. Por isso, a Universidade é responsável pelo custeio que, no ano de 2024, consumiu aproximadamente R$ 1,1 bilhão.
No caso da Área da Saúde da Unicamp, a autarquia a ser criada seria vinculada à Secretaria de Estado da Saúde para fins administrativos e orçamentários, mas se manteria associada à Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e às outras unidades que atuam na área da saúde da Unicamp para fins de ensino, pesquisa e extensão.
O diretor executivo Luiz Carlos Zeferino diz que vários motivos justificam a transformação da Área da Saúde em autarquia. Segundo ele, do ponto de vista da Unicamp, o alívio no orçamento será uma forma segura de garantir o crescimento da Universidade, com abertura de novos cursos e oferecimento de um maior número de vagas para estudantes.
Dados mostram que a Unicamp é a que oferece o menor número de vagas nos vestibulares entre as três universidades estaduais públicas paulistas. A Unesp disponibiliza cerca de 7,6 mil vagas no Vestibular 2026, enquanto a USP chega a 8,1 mil. Já a Unicamp está oferecendo 3,4 mil. Do ponto de vista da Área da Saúde, a Unicamp tem, hoje, praticamente o mesmo número de leitos existentes em 1990.
Novos cursos
A proposta é que a abertura gradual dos novos cursos seja viabilizada no decorrer desse período de autarquização, com a redução progressiva dos recursos orçamentários que a Unicamp destina para a Área da Saúde.
O prazo para a apresentação do primeiro estudo ao governo do estado é de 45 dias.
“Como exemplo das outras universidades paulistas, faz todo sentido essa proposta, que precisa ser bem planejada no tempo adequado por todas as partes envolvidas, inclusive como um projeto de lei para tramitar na Assembleia Legislativa de São Paulo [Alesp]”, disse o governador.
O reitor da Unicamp concordou com a sugestão feita pelo governador, pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Vahan Agopyan, e pela secretária executiva da Saúde, Priscilla Perdicaris, de estruturar uma proposta de forma bem escalonada como ocorreu com a área da Saúde da Unesp de Botucatu.
“Esse planejamento bem articulado começa amanhã com metas e com a elaboração de um grupo de trabalho já que o dimensionamento dos novos cursos necessita de projetos pedagógicos, laboratórios modernos e planejamento dos concursos para os futuros docentes e funcionários”, frisou Montagner. (Com informações da Unicamp)











