Em novembro do ano passado, a jornalista Kátia Fonseca descreveu no Hora Campinas o drama da irmã, que precisou permanecer internada em uma UTI por quase um mês para realizar hemodiálise em razão da falta de vagas em clínicas conveniadas com o SUS no município. Nesta quarta-feira (27), a Prefeitura de Campinas recebeu do Governo do Estado a confirmação de que a oferta de hemodiálise em Campinas será ampliada com 60 vagas.
O SUS Municipal dispõe atualmente de 253 cadeiras para hemodiálise por meio de convênios com os hospitais PUC-Campinas e Beneficência Portuguesa. Acontece que todas elas continuam ocupadas, como na ocasião em que a irmã da jornalista, junto com outras três pessoas, usavam leitos de UTI para poder realizar os procedimentos.
O anúncio de mais vagas para a hemodiálise ocorreu após uma reunião na capital paulista entre o prefeito, Dário Saadi, e o secretário estadual de Saúde, Eleuses Paiva, sobre o aumento da demanda por este tipo de assistência na cidade.
O prefeito foi acompanhado na reunião pelo secretário de Saúde em Campinas, Lair Zambon, e duas medidas foram definidas pelo governo do Estado: O Hospital de Clínicas (HC) da Unicamp abrirá 20 vagas de hemodiálise nos próximos dias; e o HC também abrirá um terceiro turno de hemodiálise com outras 40 vagas.
Dário e Zambon também pediram a disponibilização de vagas de hemodiálise em hospitais de Mogi Mirim e Itapira para absorver as necessidades de outros municípios da região, o que será analisado.
“Essa reunião foi extremamente importante e com decisões concretas na área da saúde. A ampliação do atendimento na hemodiálise é fundamental para o cuidado desses pacientes e a liberação de leitos que estão sendo ocupados nas unidades de urgência e emergência”, destacou o prefeito.
Fila de espera
A média mensal de solicitações para hemodiálise em Campinas, que era de 15,6 antes da pandemia de covid-19, saltou para 28,5 no ano passado.
Diante da falta de vagas, e para garantir assistência a todos que precisam deste tratamento, a alternativa é a internação no período de espera.
A Prefeitura informou que nesta quarta há 18 pacientes nesta situação, sendo quatro deles de fora de Campinas, e há outros 16 em casa aguardando oferta ambulatorial de hemodiálise.
A consequência desta limitação é também a pressão por atendimentos em hospitais da Rede Mário Gatti, voltados aos casos de média e alta complexidade.
UTI
No encontro desta quarta-feira, Dário reivindicou ainda aumento de UTIs neonatais e pediátricas na região de Campinas, considerando-se a sazonalidade das doenças respiratórias. Com a chegada do outono, as unidades de saúde começaram a receber crianças com sintomas. O governo prometeu analisar.