Representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foram recebidos na tarde desta segunda-feira (15) pelo vice-prefeito de Campinas, Wanderley de Almeida, no Salão Vermelho da Prefeitura. Logo depois de a Guarda Municipal realizar a reintegração de posse da Fazenda Santa Mariana, invadida pelo movimento logo pela manhã, um grupo do MST seguiu para o Paço.
A reunião, que também contou com a presença dos vereadores Gustavo Petta e Mariana Conti, discutiu a tentativa de ocupação. Antes da ação da GM, o diretor de Monitoramento da Secretaria de Habitação propôs o cadastramento das famílias para o auxílio-moradia, mas não houve consenso.
O vice-prefeito explicou que ação da Guarda Municipal foi baseada em um decreto do município vigente desde 2010, que cria um Grupo de Controle e Contenção de Ocupações, Parcelamentos Clandestinos e Danos Ambientais na cidade.
“A atuação da Administração foi realizada com todos os cuidados para garantir a integridade física das famílias, de forma tranquila, sem nenhum incidente”, informou a Prefeitura.
Na reunião, os representantes do movimento propuseram um novo encontro com a Administração, o que foi aceito pelo vice-prefeito. “Não me nego ao diálogo, não me nego a rever procedimentos, mas temos que seguir a regra”, explicou Wanderley de Almeida.
A reintegração
Cerca de 40 guardas municipais de Campinas entraram na Fazenda Santa Mariana, ocupada pelos integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), para iniciar a reintegração de posse. Enfileirados com escudos, os guardas usaram bombas de efeito moral para forçar a saída de aproximadamente 200 famílias que estavam no local desde as primeiras horas do dia. A Polícia Militar ficou na retaguarda nas rodovias próximas.
A fazenda é administrada por uma empresa do setor imobiliário e, segundo o MST, estaria improdutiva e tomada por pastagem degradada. “Em documento enviado à Prefeitura de Campinas em 2015, no âmbito da revisão do Plano Diretor, a empresa Zezito Empreendimentos Ltda declarou a impossibilidade de viabilizar atividades produtivas no local”, e que segundo o documento, almeja “que a destinação da área seja para interesse social”.
No entanto, o proprietário afirmou que fazenda serve para pecuária de corte e plantação de eucalipto..