Poucas figuras no mundo foram capazes de mudar os rumos da história, em qualquer que seja o âmbito, mas uma delas certamente foi Kurt Cobain, o homem que sacudiu o cenário da música, transformou o panorama do rock e passou a ditar as regras da indústria fonográfica, no início dos anos 90.
O lendário vocalista e guitarrista do Nirvana, principal expoente do movimento que ficou conhecido como grunge, conquistou o planeta com o lançamento do disco “Nevermind”, em 1991, mas acabou sucumbindo à fama que acompanhou o estrondoso sucesso.
Kurt Cobain cometeu sucídio no dia 5 de abril de 1994, com um tiro de espingarda na cabeça, dentro de sua residência em Seattle, cidade-berço do grunge, nos Estados Unidos. A morte do astro completa exatamente 30 anos nesta sexta-feira (5).
A data de hoje também marca o aniversário de 22 anos sem Layne Staley, outro grande ícone do grunge, que morreu no dia 5 de abril de 2002, vítima de uma overdose de drogas. Ele era vocalista do Alice In Chains, uma das mais célebres bandas daquela cena de Seattle, que também contava com outros grupos importantes como Pearl Jam e Soundgarden, além do Nirvana.
“Posso dizer que o Nirvana mudou a minha vida, e isso não é exagero”, descreve a campineira Marcia Regina Bortolosso, ardorosa fã de Kurt Cobain. No início dos anos 90, ela assistiu a dois shows do Nirvana durante viagens à Inglaterra.
É imensurável o tamanho do impacto que Kurt Cobain e sua banda tiveram na vida de milhares de fãs ao redor do mundo. Prova viva disso é a campineira Marcia Regina Bortolosso. Roqueira de carteirinha desde a juventude, ela viveu experiências transformadoras ao assistir dois shows do Nirvana no início dos anos 90, durante viagens à Inglaterra, com destaque especial para a histórica apresentação do grupo no Festival de Reading, em agosto de 1992.
“Para falar do histórico show do Nirvana, em Reading, em 1992, preciso voltar a 1990, quando realizei o sonho de todo jovem roqueiro da década de 80 e cheguei à terra prometida: Londres. Era meu sonho viajar para a Inglaterra, ir ao Mercado de Portobello e assistir a todos os shows possíveis”, diz a fanática por rock.
“Ao chegar lá em Londres, encontrei com minha amiga Ana [Anamaria Lemos], à época correspondente da revista Bizz, e ela me levou ao show de uma banda que estava estourando por lá. Chamava-se Nirvana e era de Seattle, de onde vinha um movimento musical muito forte. Eu saí de lá impactada e foi aí que conheci o grunge”, conta a fã de Campinas.
Esse show, realizado no dia 24 de outubro de 1990, no Teatro Astoria, em Londres, foi um dos primeiros do Nirvana com o baterista Dave Grohl, que compõe a formação clássica da banda, ao lado de Kurt Cobain e do baixista Krist Novoselic.
Atual líder do Foo Fighters, Dave Grohl havia estreado nos palcos como baterista do Nirvana no dia 11 de outubro de 1990, portanto apenas duas semanas antes do show no Astoria, com a presença da campineira Marcia Bortolosso.
“Posso dizer que aquele show do Nirvana no Astoria me marcou para sempre. Eu nunca tinha visto tanta energia e fúria em cima de um palco. Eram três garotos tocando melodias com riffs furiosos de guitarra. Kurt era impressionante e Dave Grohl, também”, descreve Marcia Bortolosso.
“Dois anos depois, voltei a Londres e, claro, fui ao Festival de Reading, onde o Nirvana era o headliner. Eu precisava ver a banda novamente, desta vez já bem mais conhecida, pois já tinha lançado o disco ‘Nevermind’. O mês era agosto, chuvoso verão londrino. Kurt havia se tornado pai duas semanas antes e alimentava os tabloides sensacionalistas, devido à sua dependência em heroína”, relembra Marcia Bortolosso.
A campineira também revela um encontro casual com Kurt Cobain numa casa de espetáculos em Londres, em meio ao público de um show de outro artista, dias antes da apresentação do Nirvana no Festival Reading. “Na semana do show, era possível cruzar com grandes figuras nas noites londrinas e quase morri quando o Kurt estava ao meu lado na plateia em um show do Henry Rollins, no Marquee Club”, recorda-se a campineira.
“Eis que chega o fim de semana do festival e lá fui eu. Posso dizer que nunca tomei tanta chuva na minha vida, mas tudo valia a pena. Chegou a noite e, sob muita água, eles subiram ao palco. Kurt entrou em uma cadeira de rodas em resposta aos tabloides. Muita fúria, muita música e a certeza que eu era testemunha da história. Depois, para minha surpresa, o concerto foi lançado em DVD”, comenta Marcia.
Esse show do Nirvana no Festival de Reading aconteceu no dia 30 de agosto de 1992. Diante de cerca de 50 mil pessoas, foi a última performance do grupo em solo britânico. O álbum ao vivo “Live At Reading” foi lançado em 2009.