A partir da segunda-feira (6) e até sexta-feira (10) o Ateliê TRANSmoras realiza a 3ª Semana da Ressignificação, evento com atividades diárias, entre performances, rodas de conversa, painéis, exibições de filmes e oficinas, em diversos espaços da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O projeto tem apoio do Núcleo de Consciência Trans da Unicamp, Adunicamp e CI&T.
Nessa edição, o evento irá explorar o conceito de tecnologia social, e como essas tecnologias podem habilitar direitos humanos, formas de expressão artística e alternativas de futuro, incluindo discussões sobre saúde, sustentabilidade e inteligência artificial. Com as pessoas artistas e intelectuais convidadas, a semana destacará ações que estão sendo realizadas pela comunidade trans que alteram códigos sociais estabelecidos por meio de suas ferramentas tecnológicas que pensam comunidade, autonomia e humanidade.
Em seus 9 eventos totalmente gratuitos, a 3ª edição Semana da Ressignificação pretende ser um giro epistemológico na Unicamp, centralizando – conforme os organizadores – narrativas subalternas no espaço institucionalizado da academia, descentralizando visões de mundo com uma passada pela Amazônia e nas periferia brasileiras, para por fim abrir caminhos para novas realidades e proposições de mundo.
Entre as convidadas estão a cantora Alice Guél, a líder comunitária Suzy Santos e a fundadora do Ateliê TRANSmoras, Vicenta Perrotta, além de representantes da CI&T, Fundação 1Bi e coletiva Loka de Efavirenz.
Com duas edições (2017 e 2018), a Semana da Ressignificação tem um histórico breve, mas consistente de congregação de nomes importantes e emergentes no ativismo, política, academia e nas artes. Erica Malunguinho, Erika Hilton, Beatriz Pagliarini e Manauara Clandestina são alguns dos nomes que já passaram pelo evento, ressaltam os organizadores.
A programação completa está no site do Ateliê TRANSmoras. Lá é possível conferir horários e locais, que incluem o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Instituto de Computação (IC) e Ciclo Básico I.
A organização realizadora do evento é o Ateliê TRANSmoras (ATM), uma plataforma criativa e laboratório de tecnologias sociais de travestis e pessoas trans. Iniciou em 2013 como ocupação popular na moradia estudantil da Unicamp em Campinas. Hoje conta com um segundo ateliê no Centro Cultural São Paulo (CCSP) na capital.
O grupo foi fundado em 2013 como um espaço de convívio e produção artística, e hoje é coletivo e associação sem fins lucrativos. Desenvolve cursos, formações, desfiles, produções editoriais, palestras e eventos que apoiam contra-narrativas acerca da travestilidade e transgeneridade no Brasil e fomentam o empreendedorismo e a geração de renda em uma das comunidades mais afetadas pela discriminação e desigualdade no país.