Um grupo de 57 pessoas acabou infectado pelo vírus da Covid-19 e morreu no intervalo entre a 1ª e a 2ª doses da vacina em Campinas. Também morreram, outras nove pessoas que já haviam recebido a segunda dose, mas foram infectadas antes de completarem o intervalo de 15 dias, necessário para a criação dos anticorpos.
O levantamento é do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), com dados tabulados até o dia 7 de abril, e levanta um alerta sobre os cuidados que as pessoas devem ter, mesmo depois de vacinados. “Não é vacinar e sair pra balada”, alerta a infectologista Valéria Almeida, do Devisa. “É preciso continuar tomando todos os cuidados de isolamento, uso de máscara, higienização”, acrescenta ela.
Até agora, 145.176 pessoas já tomaram a primeira dose em Campinas
Segundo a especialista, essas 66 pessoas que morreram após terem iniciado o processo de vacinação, ainda não estavam tecnicamente imunizadas. Ou não haviam recebido a segunda dose, ou não haviam cumprido o período necessário para a criação das defesas do organismo, lembra ela. “Por causa disso, é fundamental que as pessoas mantenham os cuidados”, reforça.
Até hoje à tarde (8), 145.176 pessoas haviam tomado a primeira dose em Campinas. Outros 64.210 já receberam a segunda dose.
Os infectologistas lembram que a imunidade não começa imediatamente após tomar a segunda dose do imunizante
Os infectologistas lembram que a imunidade não começa imediatamente após tomar a segunda dose do imunizante. “Caso uma pessoa tenha Covid-19 logo após se imunizar, isso não significa que a vacina não funcionou, mas que seu o sistema imunológico ainda não teve tempo para criar a resposta imune”, diz o informe do Instituto Butantan, publicado o site oficial do órgão (https://butantan.gov.br/).
Crianças
Ainda segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela secretaria de Saúde, Campinas conta com 5.299 pessoas de zero a 19 anos, que já contraíram a Covid na cidade. Entre esse público, houve o registro de seis mortes, desde o início da pandemia, em março do ano passado.
Para Valéria Almeida o único traço comum entre as mortes é que todos tinham comorbidades – que são doenças crônicas, que acabaram associadas à Covid. As comorbidades, segundo ela, variam de caso para caso e podem estar ligadas a síndromes genéticas, cardiopatia congênita, obesidade, entre outros fatores.
Por conta do número de casos positivos de Covid nesta população, a médica recomenda cuidado para crianças e adolescentes, quando em atividades ao ar livre ou nos espaços comuns dos condomínios, por exemplo. “Devem manter rigoroso distanciamento social, usar sempre a proteção das máscaras e fazer a higienização constante das mãos”, ensina ela.