Foi na manhã de um domingo como esse, no dia 18 de setembro de 1932, portanto há exatamente 90 anos, que o jovem escoteiro campineiro Aldo Chioratto, de apenas nove anos, não resistiu após ser atingido por 13 estilhaços de uma bomba lançada por um avião da tropa federal, em um dos ataques aéreos contra a cidade de Campinas, durante a Revolução Constitucionalista de 1932, confronto armado de forças paulistas contra o governo do então presidente Getúlio Vargas.
Nascido em 5 de outubro de 1922, Aldo Chioratto estava prestes a completar 10 anos de idade quando morreu vítima do bombardeamento realizado pela Aviação Federal do Brasil. O garoto havia acabado de entregar uma correspondência para o comando revolucionário de Campinas na estação ferroviária, na área central da cidade, próximo à Vila Industrial.
Integrante da Associação de Escoteiros Ubirajara e aluno do Grupo Escolar Orosimbo Maia, em Campinas, Aldo Chioratto havia sido incorporado às tropas revolucionárias de São Paulo e atuava como mensageiro, transportando correspondências da estação ferroviária até o quartel.
Ponto estratégico em função de seu tronco ferroviário, importante para o abastecimento das tropas paulistas, a cidade de Campinas foi bombardeada entre os dias 15 e 29 de setembro de 1932.
Embora o estado de São Paulo tenha perdido a luta armada, a Revolução de 32 forçou Vargas a convocar eleições legislativas e iniciar os trabalhos para a elaboração da Constituição de 1934, que incorporou o voto feminino.
O “menino herói”, como ficou conhecido, é a única criança homenageada no Obelisco Mausoléu aos Hérois de 32, também conhecido como Obelisco do Ibirapuera ou Obelisco de São Paulo, monumento funerário localizado no Parque do Ibirapuera, em São Paulo. Aldo Chioratto está em lugar de destaque, ao lado de generais e capitães.
A cidade de Campinas, por sua vez, abriga o Monumento Túmulo aos Voluntários de 1932, um grande mausoléu com forma de bandeira paulista, localizado na Praça Voluntários de 32, em frente ao Cemitério da Saudade, no bairro Ponte Preta. A obra é do escultor Marcelino Vélez.