O estado de São Paulo tem atualmente 1.536 pessoas aguardando por cirurgias oncológicas e algumas estão há até oito meses na fila. O novo secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, anunciou há alguns dias o ambicioso plano de atender toda a demanda nos 100 primeiros dias do governo de Tarcísio de Freitas. Um pequeno passo em direção à acolhida aos pacientes oncológicos está sendo dado em Campinas por meio de mutirões, como os de diagnóstico de câncer de próstata.
No último sábado (28), 21 pacientes puderam realizar biópsias de próstata. Outro mutirão com o mesmo propósito está marcado para 11 de fevereiro. O diagnóstico de câncer de próstata só é conclusivo após a biópsia, que determinará qual o tipo da doença, o estágio e o tratamento recomendado.
O Hospital Municipal Dr. Mário Gatti realizou o primeiro mutirão do ano para atender homens com suspeita de câncer de próstata. No caso desses 21 pacientes, foram realizadas biópsias guiadas por ultrassonografia, procedimento menos invasivo e essencial para confirmar a doença.
Os pacientes submetidos ao procedimento apresentaram condições indicativas de câncer, como níveis elevados de PSA e alterações no formato, tamanho ou textura da próstata observadas pelo médico por meio do exame de toque.
As amostras coletadas nas biópsias foram encaminhadas para análise laboratorial e, em até 30 dias, os pacientes serão chamados para consulta, onde o médico definirá o tratamento a ser dado para os casos positivos – cirurgia ou quimioterapia.
O câncer de próstata é o tipo mais comum em homens, não considerando os de pele não melanoma. Campinas registra entre 500 e 600 novos casos anualmente, segundo dados da Secretaria de Saúde do Município. Nos últimos cinco anos, a cidade registrou 80 mortes pela doença, em média, ao ano.
Quando diagnosticado na fase inicial e tratado, as chances de cura são 90%. “Se deixar para procurar o médico quando tiver sintomas pode perder grandes possibilidades de tratamento e de cura”, afirmou o coordenador do centro cirúrgico e referência técnica da Urologia do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti, Fábio Thadeu Ferreira.
Ele orienta que homens a partir dos 50 anos procurem o médico para consulta, exame de PSA e de urina anualmente. Se houver histórico familiar de câncer de próstata, a ida ao médico deve ser a partir dos 45 anos.
Lei dos 60 dias
Desde maio de 2013, a lei dos 60 dias (12.732/12 garante à pessoa com câncer o direito de iniciar o tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS) em, no máximo, 60 dias após o diagnóstico da doença.