Uma das mais importantes obras da concessionária Rota das Bandeiras – o pacote de remodelação do chamado Trevo dos Amarais, em Campinas, – acaba de ser batizado de Dom Luciano Mendes de Almeida, um dos nomes de maior prestígio da Igreja Católica brasileira. O dispositivo de acesso fica no km 143 da Rodovia D. Pedro I e é formado por alças e viaduto, organizando um fluxo que já foi extremamente caótico na região.
A decisão relativa ao projeto de lei 651/2021, de autoria do deputado estadual Rafa Zimbaldi (Cidadania), acaba de ser publicada pela Assembleia Legislativa de São Paulo. A lei entrou em vigor no último da 4 de abril, por meio do autógrafo 33.459.
Dom Luciano Mendes de Almeida foi arcebispo de Mariana entre 1988 e 2006, tornando um dos expoentes da hierarquia católica no País.
Ele teve cargos importantes na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), sendo secretário-geral de 1979 a 1986 e presidente de 1987 a 1994, por dois mandatos consecutivos.
Ele morreu em 2006, quando havia completado 75 anos. Em agosto de 2014 teve início o seu processo de beatificação e canonização. A fase diocesana do processo de beatificação já se encerrou e o processo segue.
O começo da fase arquidiocesana do processo foi autorizado pela Congregação para a Causa dos Santos no dia 13 de maio de 2014. “Por parte da Santa Sé, não há nada que impeça, para que se inicie a Causa de Beatificação e Canonização de Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida”, informou à época a Congregação.
Para a CNBB, Dom Luciano deixou marcas e testemunhos relevantes, como o dinamismo, a inteligência privilegiada e a dedicação incansável. Era um bispo voltado às causas sociais e dos pobres, tendo grande afinidade com as comunidades mais humildes do País.
Biografia
De origem fluminense, Dom Luciano nasceu em 5 de outubro de 1930. Doutor em Filosofia, foi membro do Conselho Permanente da CNBB de 1987 até o ano de sua morte. Também atuou na Pontifícia Comissão Justiça e Paz, foi vice-presidente do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam) e presidente da Comissão Episcopal do Mutirão para a Superação da Miséria e da Fome.
Durante quase duas décadas à frente da Arquidiocese de Mariana (MG), o bispo deu forte impulso pastoral a esta Igreja particular, onde a organizou em cinco Regiões Pastorais. Deu atenção à formação permanente do clero, à realização de assembleias pastorais e à reestruturação de conselhos arquidiocesanos. Também organizou pastorais, religiosos, processos formativos do Seminário Arquidiocesano e obras sociais, além do investimento na capacitação e participação dos leigos e na preservação das Igrejas históricas.
Repercussão
O padre Luiz Roberto Teixeira Di Lascio, que teve uma forte atuação paroquial e social na região dos Amarais, disse estar extremamente feliz com a homenagem. “Ele é um homem santo”, define. Para o sacerdote da Arquidiocese de Campinas, Dom Luciano tem uma trajetória edificante e deixou um legado inquestionável.
Ele indicou o nome de Dom Luciano para receber a homenagem no importante complexo viário da Rodovia D. Pedro I, região onde há núcleos de vulnerabilidade social, como o São Marcos, o Santa Mônica e o Campineiro.
Anteriormente, a indicação era para que o complexo recebesse o nome de Zilda Arns, mas como já havia no estado de São Paulo equipamentos públicos com o nome da missionária, optou-se por homenagear Dom Luciano.
O projeto anterior, assim como o aprovado com o nome de Dom Luciano, tem como autor o deputado estadual Rafa Zimbaldi.