O Dérbi tradicionalmente muda a vida de jogadores que são destaques na partida e desta vez Moisés se tornou herói da Ponte Preta. Autor de dois gols e responsável por sofrer pênalti convertido por Paulo Sérgio, o atacante teve atuação de gala e comandou a vitória por 3 a 1 sobre o Guarani. Por outro lado, Davó marcou o gol de honra do Guarani, viu seus companheiros terem atuações muito inferiores aos últimos jogos e o Bugre amargar a quarta derrota consecutiva no Moisés Lucarelli, mantendo tabu de 12 anos sem vencer a Macaca fora de casa.
O primeiro tempo do clássico reservou poucas emoções e a partida foi truncada. A Ponte Preta bloqueou o ímpeto ofensivo que o Guarani mostrou nas rodadas anteriores e foi precisa para dar um golpe fatal aos 47 minutos com o primeiro gol de Moisés, justamente na única brecha que a defesa alviverde ofereceu na primeira parte do jogo. O gol teve méritos da boa movimentação de Apodi pela direita e o excelente posicionamento do atacante na área. A bola na rede nos acréscimos jogou um balde de água fria no Bugre, que ofereceu liberdade pela esquerda na frágil marcação de Eliel e na desatenção da dupla de zaga.
Apesar do duro golpe, o time de Allan Aal voltou bem no começo da segunda etapa e chegou ao empate aos 3 minutos em contra-ataque puxado por Régis, finalizado com categoria por Davó.
Era o momento ideal para o Alviverde crescer de vez na partida e ir em busca da virada, porém o que se viu em campo foi completamente o oposto.
Bastaram dois minutos para a Alvinegra dar novo golpe no rival, com Moisés aterrorizando a defesa adversária e sofrendo pênalti polêmico convertido por Paulo Sérgio. Independentemente de a marcação ter sido correta ou não, é inaceitável o Guarani ter se abatido tanto e desmoronado em campo. O Bugre sentiu muito o gol e também sofreu com a partida ruim de Índio, que encontrou dificuldades na marcação e não conseguiu ajudar na construção de jogadas quase inexistente diante da oscilação de Régis e a partida apagada de Andrigo. Na ausência de Bruno Sávio, o camisa 10 voltou a atuar aberto e passou longe das excelentes atuações em partidas anteriores.
A Ponte Preta não tem nada a ver com a noite ruim do rival e teve mérito para aproveitar as brechas oferecidas.
No terceiro gol, já aos 31 minutos, Moisés utilizou toda a sua habilidade para explorar a fragilidade da marcação de Pablo e garantir a 66ª vitória pontepretana na história do clássico campineiro, ficando apenas uma de igualar os 67 triunfos bugrinos.
Vale destacar também a excelente atuação de Ruan Renato, impecável nas disputas com o ataque adversário. Improvisado na lateral-esquerda, Felipe Albuquerque foi outra virtude da Alvinegra e garantiu boa atuação com inteligência e excelente posicionamento na marcação. A Macaca foi a melhor em campo e, independentemente da polêmica envolvendo a arbitragem, fez por merecer a vitória no Dérbi 199.
O técnico Fabinho Moreno (suspenso) e o auxiliar Sandro Forner – responsável por estar à beira do campo no comando da Alvinegra – estudaram o Guarani e souberam levar a campo uma equipe preparada para explorar os erros oferecidos pelo adversário, que falhou em momentos cruciais da partida.
A vitória é sinônimo de esperança para a Ponte Preta, prova que o time tem qualidades e a chegada de alguns reforços pode garantir uma boa campanha na Série B. A sonhada vaga para as quartas de final do Paulistão ainda é possível, resta vencer o Palmeiras no próximo domingo e torcer para a Ferroviária tropeçar diante de Ituano e São Caetano.
Para o Bugre, o revés representa um balde de água fria na boa campanha na fase de grupos do Estadual, porém a classificação está próxima e o time de Allan Aal não pode baixar a guarda. É necessária e possível uma vitória sobre a Inter de Limeira para não depender dos resultados do Santos nos confrontos com Palmeiras e São Bento.