A Esquina Cômica, dupla de palhaçaria formada por Allan Ortega (palhaço Billy) e Pamela Leoni (palhaça Papoula), inicia nesta segunda-feira (13), em Campinas, a temporada de apresentações de seu mais novo espetáculo adulto “O Pano e a Soprano”. Esta apresentação marca o início de uma série de sessões gratuitas que vão acontecer até o dia 8 de dezembro na Sala dos Toninhos.
“O Pano e a Soprano”, indicado para maiores de 14 anos, apresenta o encontro entre um faxineiro anônimo, palhaço Billy, e uma glamourosa cantora rural, palhaça Papoula. Ela chega para cantar e contar sua saga para ser uma mulher amada, rindo e chorando das armadilhas pelo caminho. Ele só precisa manter o espaço limpo para o grande evento, mas seu fanatismo pela cantora e sua compulsão por limpeza transformam o show num caos. Lutando para que tudo dê certo, a dupla vai lidando com tudo dando errado! Mas o que é dar certo? E o que é dar errado?
O espetáculo, dirigido por Pamella Villanova e com orientação em palhaçaria de Ricardo Puccetti, convida o público a “rir de besteira e rir de coisa séria”, como brinca a atriz e palhaça Pamela Leoni. “É um espetáculo cômico com pitadas de sofrência”.
A trama conta ainda com músicas originais de Arturo Cussen, orientação em canto e piano de Marcelo Onofri, direção de arte e figurino de Nour Koeder e iluminação de Eduardo Albergaria. A apresentação de 6 de dezembro terá recursos de Acessibilidade em Audiodescrição e Libras.
O projeto “O Pano e a Soprano” é uma realização do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas; financiado pelo ProAC Editais.
Pertencimento
“O Pano e a Soprano” se desenvolve pelas lógicas da palhaçaria, sendo cômico, poético e crítico. A história vivida pela dupla tem como temática a necessidade de pertencimento, abordando os esforços para se encaixar em modelos pré-fabricados de sucesso, inseguranças geradas pelas redes sociais e pelos padrões de beleza estabelecidos pela mídia, sofrimentos provindos das projeções românticas e a quebra das performatividades masculina e feminina padrão.
“Na peça, a Papoula é uma cantora que veio fazer um show e o Billy é o faxineiro da equipe técnica, de apoio. Ela vem cantar músicas relacionadas às suas projeções românticas e às paixões da adolescência à vida adulta para ressignificar, através da arte, suas dores de coração partido”, explica o ator e palhaço Allan Ortega.
“Ele é fã dela e ao mesmo tempo tem uma mania de limpeza, porque quer garantir a perfeição no show de sua diva. Enquanto ela performa e suja o palco, ele tenta de diversas formas entrar em cena para limpar, surgindo daí os maiores conflitos entre as duas figuras e gerando o riso”.
Na medida em que a trama revela estruturas sociais nas quais a palhaça e o palhaço não se encaixam, surgem diferentes tipos de identificação do público com as personagens. São levadas para a cena diversas situações comuns da cultura atual que, de várias formas, são subvertidas pelas personagens. “Uma delas, por exemplo, que gera muita identificação entre as mulheres, é a de que a Papoula tem uma tragicômica saga para ser romanticamente amada, encontrar um namorado e se sentir aceita”, relata Pamela.
“Como uma ‘desajustada’ na sociedade se localiza?”, pergunta ela. “Colocamos uma lupa para evidenciar alguns absurdos que a gente vê nesse sistema de padrões de beleza, de processos estéticos, e nessa ideia imperante de que, por mais que tenhamos uma vida plena de alegrias, se não tivermos o amor romântico idealizado, aplicado em nós, jamais sentiremos o amor de verdade”, completa.
SERVIÇO
Temporada de apresentações – “O Pano e a Soprano”
Local: Sala dos Toninhos
Endereço: Rua Francisco Teodoro, 1050, Vila Industrial (anexo ao estacionamento da Estação Cultura)
Datas:
- 13/nov | segunda-feira | 20h
- 14/nov | terça-feira | 20h
- 15/nov | quarta-feira | 20h
- 06/dez | quarta-feira | 15h (Audiodescrição e Libras)
- 07/dez | quinta-feira | 20h
- 08/dez | sexta-feira | 15h
Quanto: Grátis
Classificação etária: 14 anos