A Aldeias Infantis SOS acaba de inaugurar em Campinas um espaço para os egressos dos serviços de acolhimento da cidade. Nomeada de Casa de Oportunidades Semear, a iniciativa vai apoiar cerca de 40 jovens entre 18 e 21 anos e auxiliar na transição para a vida adulta, numa fase desafiadora na jornada das pessoas que cresceram afastadas das famílias.
As atividades desenvolvidas no espaço envolverão oficinas com temáticas como projeto de vida, inclusão produtiva, expressão artística, entre outras. Com o intuito de oferecer um suporte diferenciado, também haverá acompanhamento dos jovens, além de escutas e atendimentos individuais.
“A Casa de Oportunidades reforça as estratégias de atuação da Aldeias Infantis SOS e mantém o compromisso de promover cuidado e acolhimento diferenciados para atender às necessidades desses jovens e proporcionar-lhes um futuro mais promissor”, detalha Regiane de Moraes, gestora de Território da Aldeias Infantis SOS e responsável pela atuação em Campinas.
Regiane destaca ainda que a Casa tem como objetivo disponibilizar um ambiente acolhedor e seguro, onde os jovens se sintam ouvidos e valorizados a fim de garantir-lhes novas perspectivas e horizontes. A inauguração do projeto na cidade ocorreu na última quarta-feira (31) e o espaço está localizado na Rua Antônio Cesarino, região central de Campinas.
Para gerar o impacto pretendido, a Casa de Oportunidades utilizará o Modelo Lundy de Participação, uma metodologia abrangente que visa envolver os jovens ativamente na tomada de decisões, reconhecendo-os como sujeitos de direitos. Além disso, haverá a oferta de auxílio financeiro aos participantes, baseado em critérios socioeconômicos, para promover o desenvolvimento de habilidades financeiras.
A Casa de Oportunidades Semear foi viabilizada com financiamento da Fundação FEAC, organização independente que atua em Campinas, e conta com a parceria de outras instituições de acolhimento institucional, repúblicas e serviços da região.
Dados de acolhimento e juventude egressa
Em relação ao perfil desses jovens, de acordo com a pesquisa Vozes (in)escutadas e Rompimentos de Vínculos, concluída pela Aldeias Infantis SOS em 2023, mais de 80% viveram em serviços de acolhimento por mais de cinco anos, período superior ao estabelecido pela legislação (18 meses).
Quanto à escolaridade, 37% afirmaram que estudam em alguma instituição educacional. Nesta amostra, cerca de metade declarou estar no Ensino Médio (56,1%) e 9,8%, no Ensino Superior.
De acordo com números recentes da Prefeitura de Campinas, o município registrou cerca de 380 acolhidos em 2023.
Segundo levantamento realizado pela FEAC sobre os jovens egressos, de 2022, 107 deles saíram entre os anos de 2018 e 2022. Desse total, 81 mantinham algum vínculo com os serviços.
A Aldeias Infantis SOS (SOS Children’s Villages) é uma organização global, fundada na Áustria, em 1949, está presente em mais de 130 países. No Brasil, atua há 56 anos e mantém mais de 80 projetos, em cerca de 30 localidades de Norte ao Sul do país.
“Ao trabalhar junto com famílias em risco de se separar e fornecer cuidados alternativos para crianças e jovens que perderam o cuidado parental, a Aldeias Infantis SOS luta para que nenhuma criança cresça sozinha”, destaca a instituição.