Mais duas pessoas morreram em Campinas este ano vítimas de dengue, aumentando para três o total de óbitos pela doença, todos envolvendo pessoas idosas. De acordo com a Secretaria de Saúde, as mortes ocorreram no dia 15 de fevereiro e são de um homem de 94 anos e de uma mulher de 86, ambos atendidos pela rede privada.
O homem era morador da região de abrangência do Centro de Saúde Integração. Ele apresentou sintomas em 10 de fevereiro e o falecimento ocorreu cinco dias depois. O sorotipo não foi identificado no exame. Já a mulher vivia na região de abrangência do Centro de Saúde DIC III. Ela apresentou sintomas em 11 de fevereiro e o óbito foi em 15 de fevereiro. Foi confirmada infecção pelo sorotipo 2.
De 1º de janeiro até esta quarta-feira (6), Campinas teve 13.842 casos confirmados de dengue. Além disso, foram registrados dois casos importados de chikungunya. Em todo ano de 2023, quando também foi declarada epidemia, o município totalizou 11.504 casos confirmados.
Na última sexta-feira, a Secretaria de Saúde anunciou a possibilidade de Campinas bater novo recorde e alcançar 100 mil casos de dengue até maio próximo. A pior epidemia da história do município ocorreu em 2015, quando foram registrados 65.754 casos e 22 óbitos.
Doença
O Aedes aegypti é vetor das duas doenças e, por isso, a melhor forma de prevenção é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados os vasos sanitários inutilizados.
Na primeira semana de fevereiro, a Saúde recebeu a confirmação dos primeiros casos de dengue na cidade causados pelos sorotipos 2 e 3 do vírus, que não circulavam desde 2021 e 2009, respectivamente. As amostras de sangue dos pacientes foram analisadas pelo Instituto Adolfo Lutz e antes disso a metrópole só havia registrado sorotipo 1.
A circulação simultânea dos sorotipos 1, 2 e 3 do vírus da dengue ocorre pela primeira vez em Campinas. Os grupos mais vulneráveis para os sorotipos 3 e 4 são crianças, adolescentes e adultos que não tiveram contato com a doença e com estes sorotipos. Há risco maior de dengue grave quando uma pessoa é infectada por tipo diferente ao anterior.
Por enquanto, não houve identificação do sorotipo 4 do vírus da dengue em Campinas. Ele não é registrado na cidade desde 2014, mas já causou infecções em outros municípios.
Orientações sobre assistência
A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico sobre a causa do sintoma.
A Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.
Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.