A Revista “Crescer” é dedicada a pais e aos que se interessam por temas voltados à saúde e bem estar dos pequenos.
Uma matéria que parece vir de um enredo de terror [com o título: “Crianças de 9 anos já recebem adesivos para parar de fumar”, no Reino Unido”], foi publicada no início deste ano. E dá conta do atual cenário da epidemia do consumo de nicotina [droga altamente adictiva e letal] entre crianças e adolescentes por lá, relacionada ao consumo de cigarros eletrônicos/”vapes”.
Vejamos: “Segundo a agência de padrões comerciais de Lancashire, no Reino Unido, crianças de apenas 8 anos estão consumindo cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes. Esses dados foram compartilhados durante uma reunião do Conselho do Condado de Lancashire, que revelou que 1 em cada 6 adolescentes agora são usuários regulares de cigarros eletrônicos, quase triplicando a proporção em relação a 2020.” [1]
Sabe-que a Inglaterra, rendendo-se à transnacional indústria da necronicotina, legalizou essas armas químicas.
E o que era esperado aconteceu.
Novo formato de consumo de droga [no caso, “vape”] legalizado… consumo [entre crianças e adolescentes] disparado!!!
Elementar, meu caro Watson…
“Vape” pode ser carregado com inúmeras substâncias psicoativas: dos sais de nicotina ao Fentanyl, passando pelo THC (Cannabis/maconha) e anfetaminas!
Tudo com cheiro e sabor de morango ou baunilha.
Mas, “however”, British American Tobacco (BAT/Souza Cruz) e outras “gigantes” fazem um “lobby” fortíssimo no Congresso e na mídia – para a legalização do produto assassino em solo brasileiro.
Por meio do Projeto de Lei 5.008/23. [2]
Nem mais escondem na fumaça o interesse por um mercado de milhões de crianças e adolescentes que, graças a nossa Política Nacional de Controle do Tabaco, hoje sequer “conhecem” isqueiro!
Querem é “repor” estoque de escravizados por substâncias psicoativas. E quanto mais cedo os grilhões da dependência química, mais libras ou dólares para o narconegócio.
Criança e adolescente têm de crescer em ambiente livre de fumígenos, garantindo-se-lhes pleno e integral desenvolvimento.
Lembrando ainda, porque às vezes se esquece: o “fumo passivo” e os resíduos químicos dos cigarros [convencionais ou eletrônicos] que ficam no ambiente são igualmente danosos – aos filhotes de humanos e aos animais domésticos [“pets”].
É tão “elementar” quanto dizer que nossos pulmões funcionam com oxigênio e não com drogas.
Todavia, há os que parecem não compreender a Ciência dos tempos dos primeiros anos da escola.
Guilherme Athayde Ribeiro Franco é Promotor de Justiça de Campinas, Especialista em Dependência Química e Associado da APMP e da ABEAD
(2) – https://apublica.org/2024/01/como-a-bancada-do-fumo-virou-defensora-dos-vapes-no-congresso/











