O avanço do conhecimento científico e das soluções tecnológicas para os dilemas da humanidade gerou a falsa impressão de que tudo pode ser explicado ou vencido no plano visível. Mas o mundo espiritual continua operando nos bastidores da História — e ignorá-lo pode ser um erro para qualquer cristão.
Descrito na Bíblia como “o pai da mentira”, o Diabo não deixou de existir só porque a sociedade se tornou mais cética. Pelo contrário: quanto mais ignoramos sua existência, mais livre ele atua na guerra espiritual contra os fiéis. Trata-se de um embate que não deve ser travado nos púlpitos com sensacionalismo ou pânico, e, sim, com clareza teológica, consciência e dependência total em Cristo.
Durante séculos, teólogos sérios estudaram a atuação do mal à luz das Escrituras, apontando que a batalha espiritual não leva em conta espadas ou rituais: como ensina a carta aos Efésios, o cristão precisa vestir a armadura de Deus, viver em obediência à Palavra e manter Cristo no centro da fé.
A verdadeira guerra espiritual não é para vencer o Diabo — é uma luta a partir da vitória já conquistada por Cristo na cruz. Como escreveu o apóstolo Paulo: “Graças a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Coríntios 15.57).
Quando o cristão compreende isso, ele para de agir como se fosse um soldado solitário em um campo minado e passa a caminhar como alguém que já foi liberto, autorizado e capacitado a resistir ao inimigo.
Em tempos de aflição, a resposta não é o medo, mas a confiança em permanecer ao lado de Jesus. É hora de os cristãos retomarem o equilíbrio: reconhecer que o Diabo é real, mas ele já foi derrotado pelo nosso Salvador.
Eduardo Reis é teólogo, pastor, Doutor Hororis em Teologia e autor do livro Mapeando o Diabo (Editora Vida).











