Que dicas você tem para aproveitar ao máximo uma conferência científica, especificamente para os estudantes e jovens profissionais? Conferências científicas oferecem oportunidades incríveis para aprender sobre as pesquisas mais recentes e relevantes. Mas podem ser exaustivas. Há tanta informação, tantas pessoas e tão pouco tempo.
A preparação antecipada é muito importante. Se você receber um “livro” de resumos antes do congresso, leia-o e marque as apresentações e pôsteres que mais deseja ver. É provável que você não tenha tempo para fazer tudo, então precisa priorizar. Os Congressos podem causar esgotamento, então talvez seja interessante incluir algum tempo de inatividade na sua agenda também. Comece a seguir os convidados listados antes da conferência.
Não tenha medo de se apresentar aos outros colegas e pesquisadores. Faça com que se lembrem de você. Se você precisar se reunir com pessoas que estarão na conferência, o conselho é agendar um horário específico com antecedência.
Se você for a uma grande conferência, pode ser desafiador conversar com professores e outras pessoas com quem você possa ter interesse em se reunir sem planejamento. Envie um e-mail para as pessoas antes da reunião para marcar um horário e talvez até convidá-las para assistir à sua apresentação. Uma das melhores coisas sobre uma conferência é a oportunidade de fazer networking e estabelecer novas colaborações.
Para aqueles que são um pouco tímidos ou inexperientes com networking, tentem se livrar dessas inibições, inclusive com a língua. Lembre-se que o “bad english”, é a língua mais falada no mundo (rs). Se você tem dificuldade em saber o que dizer a estranhos, várias pessoas nos lembraram que cientistas adoram falar sobre si mesmos e suas pesquisas. Isso deve ser um excelente ponto de partida para fazer novos amigos em uma conferência.
É fácil se perder em alguns encontros científicos, especialmente os grandes, então defina uma meta para o congresso. Quando você entrar com uma meta definida perceberá que estará mais realizado e trabalhará mais do que se tivesse uma ideia vaga como ‘Networking’.
Várias pessoas sugerem que você aproveite a diversidade de pesquisas em muitos congressos para sair da sua zona de conforto e conferir algo novo. Faça pelo menos uma sessão sobre um tema que você considere interessante, mas que não seja sua especialidade atual. As áreas evoluem tão rápido hoje em dia que, se você continuar no jogo, eventualmente precisará mudar de assunto. Vale a pena saber o que está acontecendo em outras áreas. Algumas conferências oferecem eventos adicionais além da ciência que podem ser benéficos para o seu trabalho ou desenvolvimento de carreira. Em conferências maiores, feiras de fornecedores são comuns.
Converse com os fornecedores e não apenas pegue os brindes, especialmente se for um fornecedor com quem você trabalha frequentemente. Eles podem ajudar você a solucionar um problema que você nem sabia que tinha, falar sobre um novo produto e talvez até mesmo falar sobre oportunidades profissionais. Você também pode encontrar workshops de redação de propostas ou seminários de mentoria específicos para o seu nível de treinamento; caso contrário, talvez você possa entrar em contato com os organizadores para agendar um.
Responsáveis por programas de entidades associativas ou governamentais, editores de periódicos e funcionários de empresas de biotecnologia ou indústrias farmacêuticas também costumam participar dessas reuniões.
Também é bom levar carregadores extras para seus dispositivos e alguns medicamentos básicos (analgésicos, antiácidos, etc.) E, é claro, só trabalho e nenhuma diversão nos tornam cientistas sem graça! Se a conferência for em outra cidade/estado/país, reserve um tempo para experimentar a comida e as atrações culturais locais durante os intervalos. Conferências são uma ótima maneira de conhecer o mundo.
Carmino Antônio de Souza é professor titular da Unicamp. Foi secretário de saúde do estado de São Paulo na década de 1990 (1993-1994) e da cidade de Campinas entre 2013 e 2020. Secretário-executivo da secretaria extraordinária de ciência, pesquisa e desenvolvimento em saúde do governo do Estado de São Paulo em 2022, Presidente do Conselho de Curadores da Fundação Butantan, membro do Conselho Superior e vice-presidente da Fapesp, pesquisador responsável pelo CEPID CancerThera da Fapesp.