Pesquisa de sondagem industrial de setembro da Regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), e divulgada nesta quarta-feira (22), aponta que 95% das empresas que responderam à sondagem já sofreram algum grau de impacto negativo em seus negócios, por conta da escassez hidroenergética. Entre elas, 35% disseram que tiveram muito impacto, 30% tiveram impacto regular, 30% tiveram pouco impacto, apenas 5% afirmaram não ter impacto nenhum.
O vice-diretor José Henrique Toledo Corrêa demonstrou preocupação em relação à possibilidade de impactos negativos no desempenho da indústria. “Água e energia elétrica têm muita relevância na produção industrial. Temos preocupação que a escassez hidroenergética afete as empresas, principalmente se não ocorrerem chuvas”, disse.
Gestores dos Comitês das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) estão apreensivos não só com o momento de estiagem, mas com uma possível crise ainda maior em 2022, se o volume de chuva este ano e no início do próximo se mantiver abaixo da média. Há quem tema uma crise similar à de 2014 por conta do nível atual dos mananciais e reservatórios. Na região de Campinas, por exemplo, Valinhos já faz racionamento de água, fazendo a distribuição em dias e horários alternados.
Com relação à produção, vendas, capacidade instalada, nível de emprego e inadimplência, os números mantêm a tendência de crescimento registrada nos últimos meses.
Na avaliação do vice-diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, os principais indicadores da pesquisa mostram crescimento sustentável da indústria regional. Na apresentação da Sondagem, em relação aos investimentos na capacidade produtiva nos próximos 12 meses, Toledo Corrêa ressaltou que 30% das associadas afirmam que irão atualizar o maquinário e 35% aumentarão o número de máquinas. “Esse indicador mostra que 65% das indústrias irão realizar investimentos, a maioria”, explicou.
Para 43% das associadas, o volume de produção aumentou em setembro. O aumento no número de funcionários foi apontado por 30% das indústrias e ficou estável para 70% das outras respondentes. As vendas totais aumentaram para 44% das associadas. Já 48% das indústrias apontaram a lucratividade em estabilidade. Outros indicadores, como os níveis de inadimplência e endividamento também estão estáveis.
Os custos das matérias-primas e componentes aumentaram para 63% das empresas respondentes em setembro. Já os custos com energia, água e transporte aumentaram em agosto para 75% das associadas.
Emprego
O Ciesp-Campinas também apresentou Pesquisa Fiesp-Ciesp com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) focando o nível de emprego da indústria em julho, nas cidades que compõem a Regional. No mês de julho, o saldo em número absoluto foi positivo com 1.331 empregos. No acumulado do ano – de janeiro a julho/2021, o Ciesp-Campinas também registrou saldo positivo com 7.252 vagas.
Balança Comercial
O Departamento de Comércio Exterior do Ciesp-Campinas apresentou os números da Balança Comercial Regional de agosto. Toledo Corrêa no comentário desses dados destacou a permanência, como apontada em pesquisa anterior, de problemas como a variação constante do dólar e aumento nos preços dos fretes. Em agosto de 2021 o valor exportado foi de US$ 295,5 milhões – 31,7% maior que em agosto de 2020. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 1,157 bilhão – 29,6% maior do que em agosto do ano passado. O saldo em agosto de 2021 foi negativo em US$ 862 milhões – 28,9% maior do que o registrado em agosto de 2020.
A corrente de comércio exterior regional (soma das exportações e importações) em agosto de 2021 foi de US$ 1,453 bilhão – 30% maior que no mesmo mês do ano passado.
Em agosto os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Paulínia, Campinas, Sumaré, Mogi Guaçu e Santo Antonio de Posse. Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia, Campinas, Sumaré, Jaguariúna e Hortolândia.
O Ciesp-Campinas conta com 494 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 41,52 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam 98.894 colaboradores.