Os países da África estão ampliando as medidas para detectar e controlar a variante Ômicron, sendo que os novos casos de Covid-19 subiram 54% no continente na última semana.
Nesta quinta-feira (02), a Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgou o balanço da situação africana. Mais de 20 países no mundo todo já detectaram a nova variante, sendo quatro africanos: África do Sul, Botsuana, Gana e Nigéria.
Mais da metade (62%) dos pacientes confirmados com a variante Ômicron estão na África do Sul e em Botsuana. Segundo a OMS, entre os dias 23 e 30 de novembro, o total de novos casos de Covid-19 subiu 311% na África do Sul, na comparação com a semana anterior.
Na província de Gauteng, a mais populosa do país, o aumento chegou a 375% em apenas uma semana e o total de mortes no local teve alta de 28,6%.
A OMS lembra que a Ômicron tem 32 mutações na proteína spike, sendo que evidências apontam para um maior risco de reinfecção, na comparação com outras variantes.
Pesquisadores e cientistas na África d Sul estão intensificando as investigações para entender a sua severidade e o impacto da Ômicron nas vacinas existentes, nos diagnósticos e no tratamento e se esta variante está mesmo por trás deste aumento das infecções.
A OMS está trabalhando com governos dos países africanos para acelerar a resposta à nova variante e pedindo para que analisem entre 75 e 150 amostras por semana. Epidemiologistas também estão ampliando o sequenciamento do genoma em Botsuana, Moçambique e Namíbia. A OMS já reservou US$ 12 milhões para a resposta na região nos próximos três meses.
A África continua sofrendo com as baixas taxas de vacinação: a OMS destaca que apenas 7,5% da população do continente está totalmente imunizada e 80% ainda precisa receber a primeira dose.
A diretora da agência da ONU na África, Matshidiso Moeti, declarou que “a combinação de baixas taxas de vacinação, a contínua transmissão do coronavírus e as mutações são uma combinação tóxica”. (Agência ONU News)