Dados preliminares de um estudo realizado no Reino Unido indicam que os infectados com a variante Ômicron do coronavírus têm entre 50% e 70% menos probabilidade de hospitalização em comparação à variante Delta, segundo a agência de saúde da Grã-Bretanha.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (23), as descobertas dos cientistas acrescentam que a Ômicron produz doenças mais brandas do que outras variantes, mas também se espalha mais rápido e evita melhor as vacinas.
A agência acrescenta que, com base em casos registados no Reino Unido, estima-se que um infectado com Ômicron tenha entre 31% e 45% menos probabilidade de recorrer à urgência de um hospital, em comparação com outro com Delta “e 50 a 70% menor probabilidade de ficar internado”.
A agência adverte, contudo, que a análise “é preliminar e altamente incerta” devido ao pequeno número de infectados com Ômicron em hospitais do Reino Unido e ao fato de que a maioria está em grupos de idades mais jovens.
Segundo a mesma nota, até 20 de dezembro, 132 pessoas haviam sido admitidas em hospitais do Reino Unido com a variante Ômicron confirmada, das quais 14, com idades entre os 52 e 96 anos, morreram.
Os cientistas alertam que quaisquer reduções na gravidade precisam de ser ponderadas contra o fato de que a Ômicron se espalha muito mais rápido do que a Delta e é mais capaz de escapar das vacinas.
A pesquisa da agência revela que a proteção que uma injeção de reforço da vacina dá contra a infeção sintomática por Ômicron parece diminuir após cerca de 10 semanas, embora a proteção contra hospitalização e doenças graves provavelmente se mantenha por mais tempo.
A presidente-executiva do UKHSA, Jenny Harries, disse que a análise “mostra um sinal inicial encorajador de que as pessoas que contraiam a variante Ômicron podem ter um risco relativamente menor de hospitalização do que as infetadas com outras variantes”.
Porém, acrescenta que “atualmente o número de casos é muito alto no Reino Unido e que mesmo uma proporção relativamente baixa que exige hospitalização pode resultar num número significativo de pessoas gravemente doentes”.
O secretário de saúde do Reino Unido, Sajid Javid, afirma que as informações emergentes sobre a Ômicron são “notícias encorajadoras”, mas admitiu que “ainda não está muito claro (…) em quanto esse risco é reduzido” em comparação com a variante Delta.
A análise segue dois estudos, um do Imperial College of London e outro de investigadores escoceses, que encontraram uma percentagem de infectados com Ômicron entre 20% e 68% menos probabilidade de necessitar de tratamento hospitalar face aos doentes que contrairão a variante Delta.
Dados da África do Sul, onde a variante Ômicron foi detectada recentemente pela primeira vez, também sugeriram que esta variante pode ser mais suave naquele país.
A agência britânica acrescenta que mesmo que estes primeiros estudos sejam confirmados, a nova variante ainda pode sobrecarregar os sistemas de saúde devido ao grande número de infeções que origina.
A agência de saúde acrescenta que a Ômicron parece capaz de reinfectar as pessoas mais facilmente do que as variantes anteriores, com registo de 9,5% dos casos de Ômicron encontrados em pessoas que já tiveram Covid-19, um número que admite poder estar provavelmente subestimado.
A Grã-Bretanha registou nesta quinta (23) 119.789 casos confirmados em laboratório, o maior número durante a pandemia e o segundo dia em que o número ultrapassou os 100 mil novos casos.











