A Prefeitura de Campinas rechaça o uso do chamado kit Covid para o tratamento precoce ou mesmo após o diagnóstico da doença. O prefeito Dário Saadi afirmou que os medicamentos que o compõem não serão utilizados. Dário tocou no assunto porque disse que é muito questionado sobre isso e pediu para que o secretário de Saúde, Lair Zambon, explicasse o assunto.
Segundo ele, o assunto é polêmico só no Brasil. “A pandemia é mundial, mas esse assunto é só no Brasil, por aí você já vê que tem alguma coisa errada. Não existe no mundo, não funciona. “Mais de 80 entidades médicas já vetaram o uso do kit Covid. O fabricante de um dos componentes é claro em falar que não funciona para a doença. As pessoas precisam entender que não funciona. Se pegar 2.000 pessoas com Covid, dermos o kit para 1.000 e para os outros 1.000 dermos comprimidos de farinha, 90% de todos eles vão evoluir sem sintomas ou com sintomas leves, 10% vão precisar de assistência médica. Cinco por cento desses vão precisar ser internados. O problema são os efeitos colaterais, que podem gerar um quadro hepático. Já foram feitos centenas de trabalhos tanto com cloroquina, ivermectina e assim por diante, não funcionam”, afirmou.
“A gente não pode indicar uma coisa que não tem embasamento científico e colocar a população em risco”, reforçou Sérgio Bisogni, presidente da Rede Mário Gatti.
Nessa semana um morador de Campinas de 52 anos entrou na fila de transplante da Unicamp, após um quadro de hepatite medicamentosa, depois de utilizar o kit Covid.
Andréa Von Zuben, diretora da Devisa, informou que outro caso está e investigação na rede particular, mas por não ser de notificação compulsória, não deu detalhes do paciente e nem do local onde foi atendido.