A “Carta pela Ciência e Educação”, elaborada pela Reitoria da Unicamp, foi entregue ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (5), durante visita do pré-candidato do PT à universidade de Campinas. O documento contém dez propostas de políticas públicas e investimentos em ciência e educação e enfatiza o papel estratégico das universidades na construção da soberania nacional.
Lula cumpriu nesta quinta-feira uma agenda de compromisso na região. Pela manhã, esteve em Sumaré e falou aos moradores da ocupação Vila Soma. Na sequência, se reuniu com alguns prefeitos da RMC e depois seguiu para a Unicamp, onde se encontrou com o reitor Antonio José de Almeida Meirelles antes de se encontrar com estudantes e apoiadores no Teatro de Arena da universidade, para ministrar uma aula magna.
O documento público elaborado pela Unicamp também será distribuído a outros atores político, segundo afirma o texto enviado pela universidade. “Neste momento histórico, a comunidade acadêmica e científica é instada a contribuir com a formulação de ações importantes para o cenário político do País. Julgamos fundamental”, traz o texto.
“Uma cidadania verdadeira depende da redução drástica da desigualdade social, o que, por sua vez, exige vontade política alicerçada no espírito fraterno. A comunidade universitária cumpre papel fundamental para a realização desse propósito e se coloca à disposição para cooperar na construção da nação brasileira”, relata o documento.
O primeiro item da carta entregue a Lula trata da elaboração de uma política de Estado para o financiamento do ensino superior que garanta sua autonomia acadêmica e administrativa, assim como o financiamento da ciência, tecnologia e inovação.
A promoção de discussões permanentes com a sociedade a respeito de políticas públicas adequadas para o desenvolvimento do ensino superior, da ciência, tecnologia e inovação é outra sugestão do documento, que pede também a criação de programas que estimulem a formação e a pesquisa em áreas aplicadas e básicas, incluindo as humanidades e as artes.
Na área da saúde pública, a carta pede a construção de uma política “condizente com a realidade dos hospitais universitários, dado seu papel fundamental na formação dos futuros profissionais de saúde e na assistência à população”.
Confira os outros cinco tópicos do documento elaborado pela Unicamp:
– ampliar os mecanismos de inclusão social, criando programas eficazes de permanência estudantil, entre as quais a expansão da quantidade de bolsas de ensino e pesquisa e a atualização constante de seus valores;
– promover atividades e projetos de extensão e cultura que possibilitem uma interface efetiva entre a universidade e a sociedade;
– cultivar práticas interdisciplinares para enfrentar os desafios, cada vez mais complexos e diversificados, da sociedade contemporânea;
– valorizar as atividades científicas e de ensino na universidade, principalmente por meio de programas institucionais nos âmbitos nacional e internacional;
– fomentar, no ensino fundamental e médio, o apreço pelas ciências em todas as suas vertentes, apresentando-as como necessárias para a formação cidadã;
– incentivar as instituições públicas e privadas a se orientarem pela Agenda 2030 e pelos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, de forma a possibilitar para nosso país um futuro com sustentabilidade ambiental, social e econômica;