O árbitro potiguar Caio Max Augusto Vieira, que apitou o duelo entre Criciúma e Ponte Preta, disputado na noite da última sexta-feira (15), no estádio Heriberto Hülse, em Santa Catarina, relatou na súmula da partida a acusação de injúria racial que o atacante reserva pontepretano Da Silva alega ter sofrido de um torcedor da equipe catarinense. O jogador não chegou a entrar em campo.
“Aos 46 minutos do 1º tempo, paralisei a partida por volta de três minutos, após ser informado pela quarta árbitra [Charly Wendy Straub Derett] que o atleta que se encontrava em aquecimento, Sr. Rondinelli da Silva Vieira, nº 28, da Ponte Preta, relatou ter sofrido injúria racial por um torcedor que se encontrava junto à torcida do Criciúma”, diz a súmula da partida.
“O atleta informou que foi chamado de “macaco” e ainda relatou que foi arremessado em sua direção um copo com líquido não identificado, sendo atingido”, escreveu o árbitro Caio Max Augusto Vieira, na súmula da partida entre Criciúma e Ponte Preta.
“Foi solicitado ao policiamento presente que identificasse o infrator, porém até o fechamento desta súmula não foi possível, pois o indivíduo se evadiu do local do jogo. Nenhum dos membros da arbitragem pôde identificar tais atos. Sendo assim, após a chegada do policiamento para tomar as devidas providências, dei continuidade na partida”, concluiu o árbitro, na súmula publicada na sexta-feira (15), às 22h30.
Posicionamento dos clubes
Em nota oficial divulgada logo após a partida, por volta das 21h30, a Ponte Preta informou que o atacante Da Silva irá registrar Boletim de Ocorrência. “Primeira democracia racial do futebol brasileiro, com negros dentro e fora de campo desde a fundação em 1900, a Ponte Preta lamenta o ocorrido, condena veementemente qualquer tipo de racismo e dará apoio irrestrito ao jogador”, ressalta o clube alvinegro.
Pouco depois das 23h, o Criciúma também se manifestou por meio das redes sociais, alegando que o torcedor suspeito de cometer a injúria racial já foi devidamente identificado.
“O Criciúma Esporte Clube vem manifestar o seu repúdio a qualquer ato de discriminação e afirma que jamais será omisso diante de um fato tão grave. O clube, com o auxílio da Polícia Militar e de atletas da Ponte Preta, já identificou o responsável e está tomando as medidas cabíveis diante do caso lamentável ocorrido durante a partida. O fato só reforça a importância da luta diária por um futebol sem ódio”, afirma o clube catarinense.
Dentro de campo
O confronto entre Criciúma e Ponte Preta terminou em empate em 1 a 1, com gols dos atacantes Lucca, logo nos primeiros minutos da partida, para a Macaca, e Lohan, no apagar das luzes, para o Tigre. O resultado impediu a equipe alvinegra de evitar qualquer risco de terminar a rodada dentro da zona de rebaixamento. Neste momento, a Macaca ocupa a 15ª colocação do campeonato.
Para continuar fora da degola, a Ponte precisa de um tropeço do rival Guarani (18º) contra o Bahia, na noite deste sábado (16), a partir das 18h30, no Brinco de Ouro. No domingo (17), o Náutico (17º) enfrenta a Chapecoense (16º), em Recife. Como ambos possuem 18 pontos, um dos dois inevitavelmente ultrapassará a Ponte.