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Home Colunistas

A liberdade que passa pelo erotismo em Charuto de Mel

João Nunes Por João Nunes
4 de novembro de 2021
em Colunistas
Tempo de leitura: 3 mins
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A liberdade que passa pelo erotismo em Charuto de Mel

A atriz Zoé Adjani (Selma) Com o namorado francês, Julien (Louis Peres): liberdades sexuais Fotos: Divulgação

Filha de argelinos, a parisiense Kamir Aÿnouz é irmã de Karim Aÿmouz, o brasileiro diretor, entre outros, do ótimo A Vida Invisível (2019). Por esta conexão afetiva com o Brasil, não há como prescindir desses dados para apresentar Charuto de Mel (Cigare au Miel, França/Bélgica/Argélia, 2020, drama, 1h36 min.), primeiro longa-metragem da cineasta. Nos créditos finais, vemos que ela dedica o filme à mãe. Primeiro, porque Kamir assume contar história com toques autobiográficos (razão de citarmos o irmão e a ligação com o Brasil) e, segundo, porque ela conhece as implicações de ser mulher em sociedade patriarcal aferrada a costumes tradicionais.

 

 

“Por que a preocupação com os estudos, se vocês só pensam no meu casamento”? O questionamento é da protagonista Selma (Zoé Adjani) dirigido ao pai (Lyes Salem) e à mãe (Amira Casar, em destacada performance). E ela ainda poderia enunciar em quais condições se daria tal união: guardando a virgindade para um moço argelino.

Selma não se interessa pelos estudos nem pela virgindade e tampouco pela insistência dos pais em lhe arranjar casamentos com moços da Argélia. Ela quer ser livre para fazer o que lhe parecer melhor com a própria sexualidade.

O conflito se estabelece a partir dessa intenção da garota, mas a permissão entregue de graça aos homens de famílias conservadoras é negada de forma veemente às mulheres. Ademais, o que ela ganhará se casar com alguém de idêntica nacionalidade?

 

Zoé Adjani vive Selma, garota de 17 anos, que tenta romper padrões tradicionais da família

 

A tentativa com o bem-sucedido executivo de banco, Luka Toumi (Idir Chender), se revela um desastre. Se os pais soubessem o que aconteceu, talvez aprendessem que caráter não se mede pela procedência e que pouco importa se o sujeito nasceu na Argélia, França, Itália ou Rússia. O francês Julien (Louis Peres) foi mais nobre – ela até dá sinais de ter se apaixonado –, mas dispensaria o também francês, amigo e parceiro de república dele, um machista tolo.

O texto parece induzir que Selma fez uma escolha e, agora, não quer correr os riscos próprios dessa escolha e começa a posar de vítima? Se esta é a impressão, aclaremos. O filme assume a postura de Selma em se deleitar no sexo, prazer explicitado nas cenas nas quais se masturba, no jeito de aceitar o trote sexista dada à caloura na universidade, nas noites com Julien, nos podcasts sobre o tema que ela costuma ouvir, etc.

 

O contato com a ancestralidade na Argélia e as mulheres da família

 

Porém, há a entrelinha, a camada mais abaixo do dito e revelado da história dessa garota de 17 anos, superprotegida, com hora para chegar em casa e com pai que mais parece vigia. Militante contrário ao regime islâmico instalado na Argélia (estamos em 1993), ele não titubeia em desrespeitar a esposa, assim como pretender ser eterno tutor da filha e levá-la de volta ao país de origem, a fim de protegê-la.

Mais uma lição para o pai aprender. Para ser respeitado faz-se necessário respeitar, pois ninguém é melhor que ninguém – somos todos (homens e mulheres) iguais perante a lei e perante Deus.

Cercada de religiosos dominados por preceitos e pelo terror da guerra e seus soldados armados, a viagem de Selma para a Argélia tem o poder de fazê-la pensar na ancestralidade, em meio às montanhas solenes, ao mar carregado de pedras que parecem flutuar naquele ambiente há milhões de anos, aos cactos do terreno dela comprado pelos pais e que lhe dão fruto saboroso, o convívio com as mulheres da família, em especial a avó materna, e o preparo afetivo da comida.

 

Ao lado da mãe, Amira Casar, em destacada performance

 

Acompanhada da ótima trilha de Julie Roué, no bom roteiro escrito pela própria diretora Selma está a um passo de ser seduzida pela cultura impregnada nela. Se ficar no país, em breve estará condicionada aos princípios locais e terá de lutar contra o preconceito, pelo direito de ser gente e de ter idênticos privilégios – temas que amedrontam regimes autoritários e religiões que transformam fieis em escravos.

A volta à França não será diferente, pois sofrerá preconceito por levantar bandeira masculina da sexualidade livre. Em Charuto de Mel, a luta passa pelo erótico, mas ela sabe que o erotismo é só uma das facetas dessa luta. Que o diga a mãe de Selma. Que o diga a própria Kamir Aÿnouz ao dedicar o filme à mãe.

 

Em cartaz nos cinemas a partir de 11/11/2021

 

João Nunes é jornalista e crítico de cinema

 

 

Tags: ArgéliaBélgicaCharuto de MelCigare au MielcinemacolunistasFrançaHora CampinasJoão NunesKamir AÿnouzKarim Aÿmouzlonga-metragemSala de Cinema
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